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Turismo é líder entre as causas do aumento de emissões de carbono

O turismo é responsável por 8,8% de toda emissão de carbono global – e vem crescendo mais que qualquer outro setor.

Por Manuela Mourão
14 dez 2024, 14h00

Se você já viajou para qualquer lugar, sabe como funciona a organização: buscar passagens de avião ou ônibus, aluguel de carros, hospedagem, passeios para fazer… Mas talvez você nunca tenha pensado sobre sua pegada de carbono com toda essa arrumação. 

Um novo estudo publicado no periódico Nature Communications relaciona o turismo à emissão de gases que acentuam o efeito estufa. As análises mostraram que as emissões de carbono derivadas do turismo estão crescendo duas vezes mais rápido do que qualquer outra economia global.   

A pesquisa investigou relatórios de 174 países em um período de 11 anos (2009 até 2020), para determinar as despesas turísticas e a intensidade da difusão de gases, com base no quadro de “medição do turismo sustentável” utilizado pelas Nações Unidas.

Os resultados mostraram que, durante o período analisado, as emissões de carbono resultantes do turismo só aumentaram – de 3,5 gigatoneladas em 2009 para 5,2 gigatoneladas em 2019, totalizando 8,8% de toda a emissão global.

A maior culpada é a aviação, responsável por metade das emissões diretas do turismo, seguida pelo uso de veículos  que usam gasolina e aparelhos eletrônicos obtidos nas localidades visitadas. Outro fator decisivo é de onde você está saindo: Estados Unidos, China e Índia foram responsáveis por 60% do crescimento das emissões durante os 11 anos  analisados. “Em 2019, estes três países foram responsáveis ​​por 39% do total das emissões globais do turismo”, escrevem Ya-Yen Sun e James Higham, autores do estudo, para o site The Conversation.  

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As emissões globais do turismo são altamente concentradas: apenas 20 países responsáveis por 75% das emissões totais, enquanto os outros 154 países analisados contribuem pouco. Existe uma grande disparidade nas emissões per capita do turismo, com uma diferença de até 100 vezes entre os países que mais emitem e os que menos emitem. 

Em 2019, os EUA tiveram a maior pegada de carbono do turismo, contribuindo com quase 1 gigatonelada, ou 19% do total global, com uma taxa de crescimento anual de 3,2%. Pela primeira vez, a Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP29) reconheceu o papel do turismo, assumindo que ele representa 8,8% das emissões globais.

“Sem intervenções urgentes na indústria do turismo global, prevemos aumentos anuais nas emissões de 3 a 4%, o que significa que duplicarão a cada 20 anos”, disse Sun em comunicado.

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Para reduzir as emissões do turismo, são recomendadas algumas estratégias pelos pesquisadores. Uma delas é medir e direcionar os setores de alta emissão, como aviação, com o objetivo de reduzir as emissões em 10% ao ano até 2050. “Reduzir os voos de longa distância é uma das recomendações que apresentamos para ajudar a indústria a diminuir suas emissões, juntamente com medidas específicas, como impostos sobre dióxido de carbono, orçamentos de carbono e obrigações de combustíveis alternativos”, explica Sun. 

Outra sugestão é limitar o desenvolvimento excessivo do turismo, estabelecendo metas de crescimento sustentável, especialmente nos destinos mais emissores. Além disso, há uma recomendação para focar em mercados domésticos e de curta distância, enquanto se gerencia a demanda por viagens de longa distância. 

 “Em nível local, os operadores de turismo poderiam buscar eletricidade renovável para acomodações, alimentação e atividades recreativas, além de adotar veículos elétricos para transporte.”

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