Para medir a força gravitacional com precisão jamais atingida antes, o físico americano Steve Chu, da Universidade Stanford, na Califórnia, Estados Unidos, deixou cair um átomo de césio dentro de uma câmara a vácuo e cronometrou o tempo da queda. Para se ter uma idéia do resultado, quando se solta uma bola de tênis de 5 metros de altura, 1 segundo depois ela chega à velocidade de uns 35 quilômetros por hora. Esse número é uma medida da força com que a gravidade puxa os objetos para o centro da Terra. Mas, como o planeta não é perfeitamente redondo, cada ponto da superfície está a uma distância diferente do centro. Assim, a atração gravitacional tem um valor diferente em cada lugar. A diferença é minúscula, mas conta muito. Na Geologia, se em algum lugar a gravidade é maior ou menor do que deveria ser, pode haver no subsolo densas massas de rocha ou grandes depósitos de petróleo. Os satélites também precisam da exatidão porque a gravidade afeta diretamente sua trajetória em órbita. Chu explicou à SUPER que seu método dá o valor exato da gravidade mesmo se houver uma variação de 300 milionésimos de metro, de um local para outro. “A precisão é 1 milhão de vezes maior do que a conseguida até agora”, disse ele à SUPER. O recorde anterior, de 1997, era do próprio Chu, o mesmo ano em que ganhou o Prêmio Nobel.
Átomo em queda
O tombo ajuda físico americano a calcular a força da gravidade.
1. Um único átomo de césio cai, puxado pela força gravitacional.
2. O laser marca o ponto de partida da experiência.
3. Outro laser indica a altura após 1 segundo de queda.
4. Pela distância percorrida, de 4,9 metros, calcula-se que a velocidade do átomo, ao passar pelo segundo raio, é de 35,30394 quilômetros por hora. Ou, numa unidade mais usada, de 9,80665 metros por segundo.
5. Esse número significa que a aceleração que a gravidade imprime ao átomo é de 9, 80665 metros por segundo ao quadrado e é usado como medida da força gravitacional.