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Um futuro brilhante pela frente

Çatalhöyük, na Turquia, está entre os sítios mais promissores do mundo - berço de uma cultura bastante avançada da Pré-História

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h47 - Publicado em 31 jul 2008, 22h00

Texto José Sérgio Osse

Nos próximos 50 anos, a arqueologia fará poucos achados espetaculosos, do tipo “grandes tesouros” ou “cidades perdidas”. Em compensação, dizem os especialistas, as descobertas verdadeiramente espetaculares – daquelas com potencial para reescrever capítulos inteiros dos livros de história – serão muitas. E continuarão acontecendo num ritmo acelerado, como nas últimas 5 décadas. Os arqueólogos, segundo eles mesmos, nunca tiveram tantos recursos e tantas informações à disposição. Respostas para muitos mistérios da Antiguidade fatalmente serão encontradas. Mas elas virão do estudo de artefatos bem menos glamorosos que um sarcófago de ouro maciço.

Um dos sítios arqueológicos mais promissores é o de Çatalhöyük, na Turquia. Descoberto no fim dos anos 50, ele é o maior e mais bem preservado sítio Neolítico do mundo. Seus extratos mais antigos datam de 7500 a.C. As escavações ficaram famosas ainda na década de 1960, quando começaram a revelar belas pinturas em paredes e outras várias expressões artísticas. Em 1993, uma equipe internacional de arqueólogos – liderada pelo britânico Ian Hodder – deu início a novos trabalhos. E está lá até hoje, descobrindo que aquela região da Turquia, chamada Anatólia, foi o centro de uma cultura bastante avançada da Pré-História.

“O trabalho em Çatalhöyük ajudará a estudar os primeiros passos da civilização no Velho Mundo”, diz Pedro Paulo Funari, professor de arqueologia da Universidade de Campinas (Unicamp), em São Paulo. “As escavações que estão sendo feitas na Turquia não são uma simples coleta de artefatos arqueológicos com o objetivo de documentar a antiga cidade, mas um levantamento do cotidiano das pessoas que um dia habitaram o local e, com o tempo, deram origem a outras civilizações.”

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Para o britânico Robin Boast, professor da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, a mudança de foco experimentada pela arqueologia nas últimas décadas – do grandioso para o corriqueiro – teve um efeito colateral: a aplicação prática do conhecimento gerado nas escavações. Teorias sobre o colapso da civilização egípcia, por exemplo, relacionando sua decadência ao impacto ambiental que ela representava, já nos ajudam a calcular os efeitos da superpopulação e da ocupação desordenada num determinado espaço.

Outro exemplo é o trabalho conduzido pelo arqueólogo Graeme Barker, também da Universidade de Cambridge, com duas comunidades da Malásia: os coletores-caçadores tenan e os plantadores de arroz kelabit. Os dois povos habitam as florestas de planalto da região de Sarawak, no pedaço malaio da ilha de Bornéu. Junto com outros arqueólogos, ambientalistas e antropólogos, Barker procura, encontra e documenta sinais dos antepassados desses povos. A intenção é mapear a área ocupada por eles no passado e provar que os tenan e os kelabit são os legítimos donos daquelas terras – sob constante pressão de madeireiras e mineradoras. “Não há mensagens simples quando elas vêm do passado”, diz Barker. “Mas entender a complexidade dessas mensagens é fundamental para os atuais debates sobre a sustentabilidade presente e futura.”

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