Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Esquenta Black Friday: Assine a partir de 7,99

Vídeos sugerem que baleias e golfinhos são amigos – e sabem disso.

A amizade entre os cetáceos ainda é pouco explorada, mas um novo estudo aponta que a relação é recíproca.

Por Manuela Mourão
16 ago 2025, 18h00

Na costa australiana, uma cena relativamente comum instigou cientistas: uma jubarte e golfinhos-nariz-de-garrafa nadando juntos, como se fossem um grande grupo de amigos indo em direção ao happy hour

A partir dessa interação, pesquisadores documentaram interações frequentes entre baleias e golfinhos em diferentes regiões do mundo, sugerindo que esses cetáceos podem reconhecer e buscar a companhia uns dos outros. Os documentos culminaram em um estudo recente, publicado na revista Discover Animals.

A pesquisa analisou 199 registros de interações entre baleias e golfinhos, envolvendo 19 espécies em diferentes oceanos. Conduzida a partir de vídeos, fotografias e imagens de câmeras presas a baleias, identificou que cerca de 25% desses encontros apresentavam sinais de interações positivas. Essas obser–vações mostram que encontros amistosos entre grandes baleias e golfinhos podem ser mais comuns do que se imaginava. 

Em 80% dos casos analisados, os golfinhos nadaram próximos à cabeça das baleias, comportamento que, segundo o pesquisador Jan-Olaf Meynecke – co-autor do estudo e líder do programa de baleias e clima na Universidade Griffith em Queensland, Austrália –, sugere “um desejo de contato, seja físico ou visual”. 

Em alguns registros, os cetáceos menores pareciam esfregar-se deliberadamente nos gigantes, ou aproveitar a onda criada pela natação da baleia para “surfar” — comportamento comum entre golfinhos, conhecido como bow riding.

Continua após a publicidade

Nem sempre, porém, a aproximação é feita apenas por uma parte. Jubartes, por exemplo, mostraram respostas sociais: rolando de lado, expondo o ventre, e estendendo suas nadadeiras peitorais em direção aos golfinhos. Existiram até casos em que baleias ergueram golfinhos com o rosto, sem sinais de agressividade.

Esse intercâmbio lúdico (além de fofo) pode ter implicações profundas. Brincar é um componente essencial do desenvolvimento social e cognitivo em mamíferos marinhos. Para os golfinhos, que dependem fortemente de laços sociais para caçar e se reproduzir, interações desse tipo podem reforçar redes de cooperação.

Compartilhe essa matéria via:
Continua após a publicidade

Por outro lado, nem todas as espécies mostraram entusiasmo: baleias-azuis e baleias-francas-do-norte, por exemplo, permaneceram indiferentes. E há comportamentos menos amistosos documentados — como ataques de golfinhos à toninhas, cujos motivos permanecem inconclusivos.

Antes da década de 1970, o canto das baleias era um mistério para o público. Isso mudou quando a gravação de suas melodias ecoou fora dos oceanos, o que despertou admiração e uma onda de apoio à sua proteção – foi um momento essencial para o fim da caça às baleias de forma ampla. 

Pesquisadores acreditam que compreender se baleias e golfinhos procuram uns aos outros para brincar pode ter um impacto semelhante. Além de ajudar cientistas a mapear melhor onde e como essas espécies vivem, esse conhecimento pode reforçar a percepção pública de que esses animais compartilham comportamentos sociais complexos e até familiares. 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA CONTEÚDO LIBERADO

Digital Completo

Enquanto você lê isso, o mundo muda — e quem tem Superinteressante Digital sai na frente.
Tenha acesso imediato a ciência, tecnologia, comportamento e curiosidades que vão turbinar sua mente e te deixar sempre atualizado
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 63% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Superinteressante todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.