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Por Alexandre Versignassi
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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Carro elétrico: logo mais você vai ter um

Há 120 anos, as metrópoles afundavam sob toneladas de esterco de cavalo. Os automóveis a combustão acabaram com esse problema, mas criaram outros. É hora de acabar com eles.

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Atualizado em 20 ago 2021, 14h59 - Publicado em 20 ago 2021, 14h50
Plaquinha num hotel em Santa Fé, Novo México, sinalizando um ponto de recarga para carros elétricos.
Plaquinha num hotel em Santa Fé, Novo México, sinalizando um ponto de recarga para carros elétricos. (Robert Alexander/Getty Images)

Existiam 11 mil táxis em Londres na virada do século 19 para o 20. Todos pretos e elegantes, iguais aos de hoje. Só o motor que era diferente. Todos eram puxados por cavalos.Também tinha ônibus a cavalo. Cada um demandava 12 equinos por dia. Eles revezavam turnos, de dois em dois, para respirar um pouco. 

O transporte público equino mais as carroças e carruagens particulares resultavam numa população de 50 mil cavalos circulando pelo centro da capital britânica todos os dias. Valia o mesmo para todas as grandes cidades. 

O toque dos cascos contra os paralelepípedos era o som característico das metrópoles. Uma sinfonia de “toc, toc, toc” vinda de todos os lados. Talvez tivesse o seu charme. Menos agradável era o produto do escapamento dos nossos garbosos amigos. 

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Cada cavalo produz 10 quilos de esterco por dia, o que garantia a Londres sozinha um pavimento constante de dejetos renovado a uma taxa de 500 toneladas a cada 24 horas. “Em 50 anos, nossas ruas estarão enterradas sob três metros de esterco”, escreveu o The Times em 1894, num exercício cabível de futurologia. 

Nesse mesmo ano, o alemão Karl Benz lançava o primeiro carro com motor a combustão interna e produção em larga escala: o Benz Velo (antes, só havia carros artesanais, tais quais os aviões de Santos Dumont e outros pioneiros). Entre 1894 e 1902, o sr. Benz produziria 1.200 de seus Velocipedes – esse era o nome oficial do carrinho, um 1.0 de dois lugares, 0,75 cv e câmbio automático de três marchas. Olha ele aqui:

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Clara Benz, filha do Karl, num Benz Velocipede, o pai das Mercedes, e avô de todos os outros carros. (Ullstein Bild Dtl/Getty Images)

Em 1903, um engenheiro de Detroit chamado Henry emularia Benz ao criar uma empresa com seu sobrenome, a Ford, voltada a tornar carros tão baratos quanto carroças. Pronto: em relativamente pouco tempo, o esterco deixaria de ser um problema. Mas, claro, vieram outros. O escapamento das máquinas de Karl Benz, Henry Ford, Louis Renault, Ettore Bugatti, Soichiro Honda e cia. revelaria-se ainda mais pernicioso que o dos cavalos.

Os catalisadores, que reduzem brutalmente a emissão de monóxido de carbono, ajudariam mais tarde a baixar a poluição das cidades para níveis menos intoleráveis. Mas as leis da física não permitem filtrar do escape outro subproduto da combustão, ainda mais danoso, o dióxido de carbono. E não dá mais para brincar com o clima. Logo, a transição para os carros elétricos é inevitável. 

Ainda bem que o mundo da motorização elétrica encontrou o seu Karl Benz: Elon Musk. O fundador da Tesla não inventou o carro elétrico, lógico. Clara Bryant, a esposa de Henry Ford, já dirigia um em 1915, com autonomia de 150 km, e feito por uma montadora concorrente à do marido, a Detroit Electric. Musk, porém, foi o primeiro a tornar os elétricos objeto de desejo universal, e deu início a uma corrida pelo fim da combustão interna, que hoje envolve todas as montadoras sérias (e governos sérios) do planeta.

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Nossa reportagem de capa de agosto, com o editor Bruno Garattoni ao volante, dá um belo panorama do estágio atual dessa virada de chave. Uma revolução que todos nós temos o prazer de testemunhar ao vivo. Clique aqui para acessar – e boa leitura! 

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