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Bruno Garattoni Por Bruno Garattoni Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
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O Galaxy S9 e a independência da Catalunha

Novo smartphone da Samsung, protestos e clima tenso disputam atenções na maior feira de tecnologia da Europa

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 25 fev 2018, 20h56 - Publicado em 25 fev 2018, 19h39
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    BARCELONA – Começou o Mobile World Congress, que é a principal feira de tecnologia da Europa e deve receber 100 mil visitantes (dos quais 3.500 jornalistas) ao longo desta semana. A feira em si, com quase 1.000 estandes, ainda não abriu, mas Telefónica e Samsung se anteciparam em eventos para a imprensa. A primeira demonstrou uma assistente digital chamada Aura, que usa inteligência artificial da Microsoft e irá responder a perguntas dos clientes da empresa em seis países, entre eles o Brasil. A segunda mostrou seu grande lançamento: o Galaxy S9.

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    (Samsung/Divulgação)

    Ele estará disponível em duas versões, S9 (com tela de 5,8 polegadas) e S9+ (6,2 polegadas). O novo Galaxy corrige o principal defeito do antecessor -o sensor de impressões digitais, que ficava ao lado da câmera. Isso era bem ruim, porque o usuário sempre acabava colocando o dedo na lente da câmera, e não fazia sentido do ponto de vista de engenharia ou design. Na época, chegou-se a especular que o sensor só foi parar ali porque a tecnologia Clear ID, que foi criada pela empresa americana Synaptics e permite detectar a impressão digital pela própria tela do smartphone, não havia ficado pronta a tempo – e a Samsung teria sido obrigada a fazer uma adaptação de emergência para não perder a data de lançamento do S8.

    Agora, a tecnologia aparentemente está pronta –talvez ela seja demonstrada pela Synaptics na feira, inclusive. Mas, por algum motivo, a Samsung decidiu não incluí-la no novo Galaxy. Nele, o sensor de digitais fica abaixo, não ao lado, da câmera. A câmera, por sinal, é o grande destaque. Ela grava em super slow motion (a 960 quadros por segundo, 4 vezes mais do que o iPhone X) e tem o recurso AR Emoji (que transforma você num boneco, mais ou menos como os Animojis do iPhone X). Mas o mais importante é a abertura móvel, que o telefone ajusta em f/1.5 ou f/2.4 conforme a cena para controlar a quantidade de luz e melhorar a qualidade das fotos (o Galaxy S8 tinha apenas uma abertura, f/1.7). A abertura móvel vale tanto para o Galaxy S9 quanto para o S9+, que tem duas lentes – uma das quais funciona como zoom.

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    O processador é o Snapdragon 845, ou seja, dá e sobra. E o acessório DeX, que permite conectar o Galaxy a um monitor, teclado e mouse, foi esteticamente redesenhado. O resto, incluindo o design e a resolução da câmera (12 MP) e da tela (2960×1440), é praticamente igual ao que era. O preço, nos EUA, é US$ 720 e US$ 840, similar ao do Galaxy S8. Em suma: a Samsung foi conservadora. O que, considerando as qualidades do S8, está longe de ser um crime. É apenas… conservador.

    Já a prefeita de Barcelona, Ada Colau, não foi nada conservadora. Ela e o presidente do parlamento catalão, Roger Torrent, anunciaram que não iriam receber o rei da Espanha, Filipe VI, que está em Barcelona para a abertura do Mobile World Congress. Como você deve saber, em setembro a Catalunha realizou um referendo popular sobre sua independência da Espanha – e o “sim” venceu com 90,2% dos votos. Mas, devido a uma manobra jurídica do governo espanhol, a independência não foi efetivada.

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    E isso tem indignado a população de Barcelona. Há uma quantidade impressionante de bandeiras nas janelas, tanto a da Catalunha quanto outras mais específicas, como a do “Sim” e outra que pede “Mais democracia”. O rechaçamento da prefeita ao rei Filipe fez com que os principais jornais espanhóis, sediados em Madrid, amanhecessem com ameaças veladas a Barcelona, que poderia perder o direito de realizar o Mobile World Congress por causa da divergência política. Criou-se um incidente diplomático, que a imprensa reverberou e os políticos catalães alimentaram, chegando a dizer que Filipe VI só será bem-vindo a Barcelona “quando pedir desculpas”.

    Grupos de manifestantes se concentraram nos arredores do MWC, tanto no pavilhão onde aconteceu o evento da Samsung quanto no palácio onde esteve o rei Filipe VI – onde chegou a ocorrer um pequeno conflito com a polícia. À noite, houve intenso panelaço (aqui chamado de caçarolazo) em vários bairros da cidade. O governo espanhol mantém presos quatro líderes do movimento de independência catalã, de forma preventiva, desde o mês de novembro. O catalão Pep Guardiola, treinador do Manchester City, tem usado uma fita amarela na roupa em protesto contra essas prisões – e ameaçado de suspensão pelas autoridades desportivas europeias. “Eu estou fazendo isso porque, na Espanha, pessoas que defendem o direito ao voto estão na prisão. Se quiserem me suspender, tudo bem (…) Até que eles sejam soltos, estão comigo”.

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    Além de bandeiras e cartazes, as janelas de Barcelona também têm fitas. Amarelas.

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