Se você tem menos de 15 anos, não deve entender porque tanta gente ama a Nintendo. E talvez você nunca entenderá. E a culpa é toda da Nintendo.
Citando os altos impostos como principal motivo, a Nintendo não venderá mais jogos no Brasil. Ela encerrou a parceria com a distribuidora que era responsável por colocar os jogos nas lojas.
O que isso muda?
Muito pouco. A participação da Nintendo em nossas terras sempre foi muito deficiente. Desde que iniciou a parceria com as distribuidoras, ela nunca esteve realmente no Brasil.
Apenas recentemente é que alguns jogos chegaram nas lojas no mesmo dia que nos Estados Unidos – a real única vantagem da presença “virtual” da Nintendo por aqui. E mesmo isso não era algo garantido; o mais recente Pokémon para Nintendo 3DS e Smash Bros. para Wii U, por exemplo, atrasaram sem nenhuma explicação.
Em 10 anos trabalhando com o mercado de games, acompanhei por diversas vezes o descaso da Nintendo com o Brasil. Quando participavam de eventos como Brasil Game Show a impressão era que estavam fazendo quase por obrigação. De paciência cheia. Quando encontrava os executivos em eventos internacionais, como a E3, eles pareciam incomodados quando perguntávamos sobre o Brasil.
Faziam pouco caso porque nunca realmente se importaram.
Há diversos motivos para sustentar a saída da Nintendo do Brasil. Nenhum deles é maior que a própria incompetência da empresa em entender o mercado ou escolher parceiros certos. O Brasil não existe para a Nintendo.
É uma pena nunca ter presenciado um jogo sequer da Nintendo localizado em português. É uma vergonha que até hoje o eShop do Wii U nunca chegou por aqui.
O mais triste, no entanto, é que a saída da Nintendo do Brasil será sentida por tão poucas pessoas. É difícil sentir falta de algo que nunca se teve.