O professor Simone Bregni, que dá aulas de línguas, literatura e cultura na Universidade de Saint Louis, nos Estados Unidos, incorpora os videogames às suas disciplinas desde 1997, mas em 2009, uma nova geração de jogos trouxe resultados que comprovam a eficácia de sua abordagem. Naquele ano, Ezio Auditore se aventurou pela Itália em Assassin’s Creed II.
Bregni publicou um estudo em que ele explica como usa Assassin’s Creed II para reforçar o vocabulário e a gramática, introduzir dados culturais e ensinar os alunos a resolver problemas em italiano. Ele faz a conexão entre momentos específicos do jogo com objetivos pedagógicos e cria exercícios para fixar o que é visto em tela. “Meus alunos do século 21 participam da vida de Ezio Auditore, um homem de 20 e poucos anos de uma família afluente, ao andar por uma recriação cultural e histórica da Florença de 1476”, escreve Bregni.
Em uma aula chamada “Italiano intensivo para gamers”, os alunos tiveram o progresso equivalente a dois semestres de um curso de italiano comum em apenas um e, no fim, tinham média de 3 a 5 pontos mais alta do que os estudantes do curso tradicional. Na matéria, o formato era híbrido. Durante os primeiros 30 minutos, Bregni dava uma aula tradicional, ensinando tempos verbais, por exemplo, e, nos outros 20, os alunos jogavam. “Estudos indicam que um forte interesse compartilhado entre um grupo faz a aquisição da linguagem se fortalecer”, relata o professor.
Para Bregni, o fato de o seu curso misturar jogos com aulas tradicionais não o torna menos qualificado do que os outros formatos. “Eu acredito firmemente que aprender deve ser divertido. O fato de que é divertido não tira a seriedade, só é mais efetivo”, defende. Neste ano, o professor fará diversas palestras em universidades na Europa para falar sobre o uso de jogos e a aquisição de linguagens.