O fazendeiro chinês Li Yanrong, de Zhangqiu, pensou em uma solução criativa: usar 300 milhões de baratas-americanas (Periplaneta americana) para se livrar de quase 15 toneladas de comida desperdiçada por dia nos restaurantes da região.
Segundo Li, que deixou a vida corporativa há três anos para se dedicar à criação dos bichos, “essas baratas não têm medo de nada mole, duro, azedo, doce, amargo ou picante”. O processo funciona da seguinte maneira: diariamente, os estabelecimentos depositam na fazenda de Li os restos de comida, que são moídos e servidos em um tubo para as baratas. Os insetos que morrem são recolhidos, triturados e fornecem uma dose adicional de proteína.
O problema de Li também é uma questão nacional. A China gera, segundo dados governamentais, 60 milhões de toneladas de restos de comida por ano, e a maioria é processada pela fermentação, um sistema caro e ineficiente que também polui o ambiente. De acordo com Li, os planos são expandir de 300 toneladas de baratas para 4 mil toneladas do inseto, assim, a capacidade de processamento iria para 200 toneladas diárias, o suficiente para lidar com os desperdícios de Zhangqiu e as cidades vizinhas.
A barata-americana, a típica barata encontrada em cidades brasileiras, tem cerca de 4 cm centímetros e um ciclo de vida de 700 dias. O inseto, curiosamente, tem sido usado com cada vez mais frequência na medicina chinesa em cremes e loções para tratar ferimentos e reconstruir danos em tecidos. A maior fábrica do mundo, em Xichang, cria 6 bilhões de baratas por ano para a indústria farmacêutica.
Com Vice