Alguma cultura ainda usa uma medida de tempo diferente das horas?
Já pensou se os indianos ainda medissem a duração do expediente em muhurtas? E os chineses em shichens?
Para fins práticos, não. Todo o comércio e a diplomacia mundiais dependem dos segundos e minutos criados pelos sumérios e dos dias de 24 horas oriundos da astronomia do Egito Antigo – bem como da divisão do planeta em fusos horários, criada pelo senador canadense Sandford Fleming em 1878.
Há registros, porém, de como funcionava a contagem do tempo em outras civilizações milenares.
Na Índia Antiga, os dias se dividiam em 30 muhurtas, que funcionavam como horas de 48 minutos. Também havia uma unidade de medida peculiar e minúscula chamada guruvākṣarocchāranakāla, equivalente a 0,4 segundo e usada para se referir ao tempo usado para pronunciar certas sílabas em poemas.
Essas são só duas amostras: historiadores e filólogos conhecem dezenas de termos usados em diferentes épocas e regiões da Índia.
Na China, havia doze períodos de duas horas chamados shichen. Cada um dos shichen era associado a um dos animais do zodíaco local.
Já no mundo árabe medieval, havia astrônomos profissionais nas mesquitas, chamados Muwaqqit, que se dedicavam a determinar horários com base na posição do Sol no céu – e assim, ditavam o instante de cada uma das cinco rezas diárias pedidas aos fiéis.
Fonte: artigo “Time measurement from vedic period to twelfth century”, de Salma Khatun; texto “Heavenly stems and earthly branches”, do Observatório de Hong Kong;
Pergunta de @brunomarini, via Instagram.