Bélgica x França: quem inventou a batata frita?
Essa disputa entre estômagos e mentes já dura mais de 300 anos
É batata: há um empate histórico que nenhuma cobrança de pênaltis seria capaz de definir.
Embora as fritas sejam chamadas de french fries (“batatas francesas”, em inglês) pelos americanos, os conterrâneos de Tin Tin, Lukaku, De Bruyne e cia. reivindicam a autoria dessa maravilha culinária.
Os belgas alegam ter criado a iguaria no fim do século 17, mais de 300 anos antes de fritar o Brasil em Kazan, nas quartas-de-final da Copa da Rússia: o rio Meuse (Mosa, em português), que percorre o sul da Bélgica, congelou, inviabilizando a pesca. Para driblar a fome, os nativos cortaram batatas em palitos, e fritaram como se fossem manjubinhas. Mas há quem diga que as batatas não teriam chegado à região antes de 1735. E que é muito improvável que, à época, alguém desperdiçasse gordura fritando batatas.
Do outro lado da fronteira, o primeiro registro francês sobre batatas fritas só aparece em 1755, no livro Les Soupers de la Cour (“As Ceias da Corte”), de Menon. A obra trazia receitas de pommes frites (“batatas fritas”, em francês), que saíram dos livros de alta cozinha para virar comida de rua popular na Pont Neuf, de Paris, após a Revolução de 1789.
A fama da gastronomia francesa, aliás, teria sido a grande embaixadora das fritas para outros cantos do mundo: há registros da expressão french fries, em língua inglesa, desde 1856. Depois disso, soldados americanos que passaram pela Bélgica na 1ª Guerra Mundial trocaram as bolas, chamando as fritas belgas de “francesas” (uma das línguas oficiais da Bélgica), reforçando ainda mais esse mito mundo afora.