Como descobrimos a composição do interior da Terra? E dos outros planetas?
As ondas sísmicas, a composição química de rochas de origem magmática, a órbita do planeta e até seu campo magnético são dados importantes para o trabalho dos geocientistas.
A energia de um terremoto se propaga em pulsos que percorrem a Terra por dentro, as ondas sísmicas – que, do ponto de vista físico, são como ondas sonoras.
Do mesmo jeito que você ouve sons de maneira distorcida quando está mergulhado na água, as ondas sísmicas têm suas características alteradas conforme percorrem o recheio do nosso planeta e atravessam rochas sob diferentes pressões e temperaturas.
Interpretando essas alterações, é possível inferir a composição química e as condições físicas em cada camada do bolo de pedra que é a Terra. Os dados sísmicos são combinados com outras fontes, como a análise de rochas de origem vulcânica, do campo magnético (gerado pela corrente elétrica no ferro líquido do núcleo externo) e até da órbita da Terra – influenciada pela distribuição de massa em seu interior.
Sobre outros planetas: sondas já colheram dados sísmicos em Marte e Vênus, e há outros métodos para investigar os gigantes gasosos. Sabe-se, por exemplo, que nas pressões e temperaturas calculadas para o interior de Júpiter, o hidrogênio se comporta como um metal em estado líquido, capaz de conduzir eletricidade. Essa é a provável fonte do campo magnético do planetão.
Somando essas observações ao que sabemos sobre as órbitas, a formação do Sistema Solar e a composição química de meteoritos, torna-se possível fazer aproximações razoáveis do recheio dos outros planetas. Para saber mais, veja nosso infográfico com um perfil do interior de cada um dos nossos vizinhos cósmicos:
Pergunta de Tiago Cruz Viana de Oliveira, Fortaleza, CE