Como o oxigênio hospitalar vai parar dentro do cilindro?
Entenda como funcionam as usinas que filtram e envasam o gás.
O Oráculo conversou com o engenheiro Marlon Alexandre Bueno da Dinatec, uma empresa de São José dos Pinhais (PR) que fornece usinas de oxigênio medicinal para gerar o gás in loco, nos próprios hospiais. Durante o auge da crise no Norte do país, no começo deste ano, um cargueiro Força Aérea Brasileira (FAB) transportou uma usina da Dinatec para a cidade paraense de Oriximiná, quase na fronteira do Amazonas, onde havia dez leitos de UTI com problemas de abastecimento.
Esse maquinário separa o oxigênio do resto dos componentes do ar atmosférico e o libera direto na tubulação que vai para as UTIs. Também é possível envasar cilindros caso seja necessário enviar o gás para outra localidade. A usina gera o equivalente a 60 cilindros por dia.
O primeiro passo é captar e armazenar o ar atmosférico num reservatório, com auxílio de dois compressores. Um tipo de compressor comum em usinas de oxigênio usa um enorme parafuso giratório para sugar, canalizar e comprimir o ar. Compressores mais simples usam um pistão que sobe e desce dentro de uma cavidade. (Quando ele desce, o volume da cavidade cresce, o que diminui a pressão interna em relação à pressão atmosférica. É por isso que o ar entra.)
Depois de comprimido, o ar passa por filtros para poluentes e bactérias e por um secador que retém o vapor de água. Nessa altura do campeonato, umidade e sujeira já foram eliminados. Restam apenas os dois gases básicos da atmosfera da Terra: nitrogênio (78%) e oxigênio (21%). A última fase de filtragem ocorre no interior de um componente chamado concentrador, onde um material chamado zeolita barra o nitrogênio – deixando só os 21% de oxigênio que serão aproveitados.
Pergunta de @joaomedeiros.2, via Instagram.