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Como o urânio é extraído – e transportado até as usinas – sem riscos?

A gente resume o passo a passo.

Por SUPER
Atualizado em 1 ago 2019, 11h04 - Publicado em 18 jul 2019, 18h51

As rochas das quais o urânio é extraído contêm uma dose baixa do elemento – insuficiente para oferecer perigo aos funcionários das minas. Além disso, toda precaução é pouca: trabalhadores que extraem esse minério são avaliados constantemente em relação a suas condições de saúde, e a quantidade de radiação recebida é medida por meio de um aparelho chamado dosímetro, que todos portam no corpo.

No Brasil (ocupamos a sétima posição no ranking mundial de maiores reservas de urânio), esses cuidados estão reunidos nas Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica, feitas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEM).

Só muito depois da extração, em uma usina especializada, é que o urânio é isolado das impurezas e concentrado na forma de barras de óxido de urânio (U3O8), chamadas de yellowcake. O yellowcake é considerado de baixa radioatividade, mas tem toxicidade química semelhante ao chumbo – as precauções, portanto, são similares às tomadas em uma fundição de chumbo.

As barras, então, são convertidas em um gás (UF6) que deve ser enriquecido – um processo que aumenta a quantidade de átomos instáveis – para ser utilizado como combustível. Nesse estágio, ele é transportado em barris que aguentam um acidente de caminhão a 130 km/h sem um arranhão.

O Brasil ainda não realiza essa conversão: nosso yellowcake vai para o exterior por meio do porto de Salvador, e volta na forma de gás para ser enriquecido na Fábrica de Combustível Nuclear da INB (Indústrias Nucleares do Brasil) em Resende (RJ).

Fontes: World Nuclear Association; Indústrias Nucleares Brasileiras (INB); Emico Okuno, professora do Instituto de Física da USP.

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