Existem cães e gatos com deficiência intelectual?
Existem problemas equivalentes. Perguntamos a veterinários como são os sintomas e como funciona o diagnóstico.
Existem problemas equivalentes, embora esse termo não seja utilizado na medicina veterinária.
Por exemplo: quem tem cachorro em casa geralmente evita falar algumas palavras-chave na frente do bichinho, como “banho”, “passear”, “vamos” ou “sair”. Esse vocabulário pode ser o estopim para um ataque de euforia (ou de pânico, caso o cão em questão não seja muito chegado em higiene ou exercício).
Porém, cães com déficit de aprendizagem não ligam o lé com o cré: o anúncio da alegria iminente passa despercebido. Eles também permanecem errando o local das necessidades mesmo após um treinamento impecável, e podem ter alterações de humor bruscas, sem razão aparente, que tendem à agressividade.
A resistência ao treinamento e as flutuações de humor podem ser sintomas de problemas como hidrocefalia e lisencefalia. Hidrocefalia é um acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano em cavidades no interior do cérebro. O aumento de pressão subsequente gera danos neurológicos.
A lisencefalia, por sua vez, é uma malformação do cérebro: o órgão é liso; não possui as curvas, concavidades e saliências comuns. Dependendo da gravidade, o cãozinho sequer será capaz de andar ou latir, e também terá problemas de crescimento. Para confirmar o diagnóstico do mascote, são necessários exames como tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Também existem déficits felinos. Por exemplo: às vezes, o bichano pula alguns obstáculos para entrar em um quarto e depois não se lembra do que deve fazer para sair dali. É algo parecido com o Alzheimer em humanos. Esse esquecimento pode ser sintoma de muitos problemas, que vão da desnutrição a alguma doença neurológico congênita. Mesmo para um veterinário o diagnóstico é difícil.
Fontes: Tamara Larianne Cleto, Marcos Pereira e Carlos Gabriel Dias, veterinários consultores da Soft Care e Pet Society
Pergunta de @carlafelixx84, via Instagram