O que acontece se as abelhas forem extintas?
Um caos. Nossa dependência das abelhas nunca foi tão grande. E não é só por causa do mel, é claro.
Um caos. Segundo a FAO, agência da ONU para alimentação e agricultura, cerca de 20 mil espécies de abelhas polinizam 71 dos 100 principais vegetais alimentícios cultivados pelo homem. A ação desses insetos gera US$ 30 bilhões anuais ao setor agropecuário.
Mais de 90% das espécies de plantas tropicais com flores e cerca de 78% das espécies de zonas temperadas dependem, pelo menos em parte, da polinização desses insetos. Nossa dependência das abelhas, aliás, nunca foi tão grande. Entre 1961 e 2016, a área ocupada por variedades agrícolas que demandam polinização por abelhas e outros insetos cresceu 137%
Outros setores da economia também não passariam ilesos. Insetos polinizadores (como as abelhas) contribuem para o desenvolvimento de culturas usadas na produção de biocombustíveis (canola e óleo de palma), fibras naturais (como o algodão). A cera de abelhas é utilizada na indústria de medicamentos e cosméticos. É matéria-prima para produção de velas e itens de limpeza automotiva, servindo até mesmo na fabricação de componentes eletrônicos.
Outro ponto importante seria a perda de biodiversidade. Espécies polinizadas exclusivamente por abelhas, como é o caso da erva-abelha (Ophrys apifera), por exemplo, seriam riscadas do mapa de imediato. Sem as abelhas, teríamos impactos nas populações de diversas espécies de plantas – bem como no número de animais que se alimentam dessas plantas (ou das próprias abelhas, como é o caso de alguns pássaros). Esses desfalques afetariam toda a cadeia alimentar.
Fonte: FAO, Safeguarding pollinators and their values to human well-being, Potts, S. G. et al.