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O que Renato Russo quis dizer na letra de Há Tempos?

Pergunta de Carol Simões, São José dos Pinhais, PR

Por Oráculo
Atualizado em 8 Maio 2018, 19h15 - Publicado em 26 set 2014, 15h35

Caro Sábio dos Sábios (ou sábia das sábias). Responda-me para que eu possa dormir em paz com meu cérebro! O que Renato Russo quis dizer no final da música Há Tempos? Para relembrar, a música fala “Lá em casa tem um poço, mas a água é muito limpa”. Na casa dele tem mesmo um poço? Se tinha qual o problema da água ser limpa? Se não tinha o que ele quis dizer?
Obrigada pela atenção
Carol Simões, São José dos Pinhais, PR

Parece cocaína mas é só tristeza, talvez tua cidade.
Muitos temores nascem do cansaço e da solidão
E o descompasso e o desperdício herdeiros são
A glória da virtude que perdemos.

Há tempos tive um sonho, não me lembro
não me lembro…

Tua tristeza é tão exata
E hoje o dia é tão bonito
Já estamos acostumados
A não termos mais nem isso.

Os sonhos vêm e os sonhos vão
O resto é imperfeito.

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Disseste que se tua voz tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira.

E há tempos nem os santos têm ao certo
A medida da maldade
Há tempos são os jovens que adoecem
Há tempos o encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos
E só o acaso estende os braços
A quem procura abrigo e proteção.

Meu amor, disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem
Lá em casa tem um poço
mas a água é muito limpa.

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Não se sabe se na casa do Renato Russo tinha um poço de verdade. Mas nesse poço poético cabe tudo o que se quiser colocar, e a água tem o sabor que se quiser beber, filosofa o crítico musical e professor da Universidade Federal do Sul da Bahia André Domingues.

“Para se aprofundar na metáfora final da canção, acredito que o caminho seja o de perceber que a limpidez da água contraria e desmistifica o aspecto escuro e misterioso do poço”, diz Domingues. Segundo o professor, a última parte da letra já vinha conciliando falsas contrariedades e encontrando ideias potencialmente positivas no que poderia ser negativo.

Um exemplo é quando a letra fala de um elo entre disciplina e liberdade, que aparentemente são contraditórias. “Nesse movimento se busca um remédio para os impasses de uma experiência histórica tida como triste, desencantada, ambígua”, afirma Domingues. Por isso que “só o acaso estende os braços a quem procura abrigo e proteção”.

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