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Por que os sistemas de escrita do Oriente e do Ocidente são tão diferentes?

A explicação dá um livro, mas o resumo está aqui.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 14 mar 2025, 14h22 - Publicado em 14 mar 2025, 10h00

Os três principais alfabetos usados no Ocidente hoje – o latino, o grego e o cirílico – são parecidos porque derivam, em última instância, do mesmo sistema de escrita, criado originalmente pelo povo fenício, famoso por dominar o comércio no Mediterrâneo na Antiguidade. 

Esse trio não é similar apenas na sequência das letras (alpha, beta e gama são claramente um espelho do nosso abecê) mas na própria existência de letras, em que cada símbolo corresponde grosso modo a um fonema – seja ele consoante ou vogal. 

Sabe-se que os fenícios tiraram a ideia dos hieróglifos egípcios. Por sua vez, os hieróglifos podem ser uma invenção original ou uma derivação da escrita cuneiforme suméria – o mais antigo sistema de escrita da história registrada, criado cerca de 3,2 mil anos antes de Cristo. Não há evidências decisivas a favor de qualquer uma das hipóteses. 

O Oriente é outra história, mais confusa. Existem dezenas de sistemas de escrita diferentes na Ásia, que nem sempre têm um parentesco tão grande entre si quanto os três alfabetos adotados na Europa. O primeiro deles foi o chinês, criado 1,2 mil anos antes de Cristo – provavelmente do zero, sem inspiração dos sistemas então em uso no Oriente Médio. 

Na China, cada ideograma é uma espécie de desenho que representa um conceito abstrato ou um objeto do mundo (note como o símbolo 木 realmente se parece com uma árvores). Também há casos de ideogramas duplos (o símbolo 日 significa “Sol”, e é possível combiná-lo com 木 para fazer 東, que é uma representação simplificada do nascer do Sol atrás das árvores. O significado é “leste”). Para escrever confortavelmente, é preciso usar no mínimo 4 mil símbolos diferentes.

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Os árabes e os antigos hebreus optaram por algo bem diferente: abjads, sistemas em que só as consoantes têm símbolos. As vogais ficam subentendidas ou aparecem como pequenos adendos aos caracteres – pontos e traços parecidos com nossos acentos diacríticos. Já o Japão começou com o mesmo sistema de ideogramas dos chineses, mas depois acabou adotando silabários para complementá-lo (em que cada símbolo, como o nome já diz, corresponde a uma sílaba). 

A Coreia é um exemplo ainda mais extremo: abandonou o sistema chinês em prol de um alfabeto sucinto, em que os símbolos não só representam sons específicos como tentam imitar os formatos que a boca faz para emiti-los (veja como seus lábios formam um “o” ao pronunciá-lo – agora, aplique esse princípio a todas as outras letras. Voilà). 

Em suma: o motivo dos sistemas de escrita criados na Ásia serem tão diferentes dos alfabetos adotados na Europa é que eles não têm qualquer parentesco entre si. Mas não há uma explicação capaz de abarcar o Oriente como um todo, já que os sistemas de escrita adotados por cada povo ou nação nasceram e evoluíram de maneiras muito particulares.

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