A lógica nasceu invertida: comia quem já tinha lavado pratos. Lavar a louça suja dos outros era considerada uma atividade degradante nos séculos 19 e 20 – e era um trabalho oferecido a ex-condenados, alcoólatras e sem teto, em troca de refeições.
O escritor George Orwell, em seu livro Na Pior em Paris e Londres, conta os anos em que viveu na miséria nas duas capitais europeias. Sua profissão, em Paris? Lavador de pratos. Ele descreve a nojeira, o calor de passar o dia com os braços enfiados em um tonel de água morna e declara a atividade equivalente à dos burros de carga.
Nos EUA, quem até hoje carrega as máquinas de lavar louça é conhecido como “cão dos pratos”. Ou “mergulhador de pérolas” – porque quando mete a mão nas águas turvas da pia, só Deus sabe os tesouros que achará…