Relâmpago: Revista em casa a partir de 9,90
Imagem Blog

Oráculo

Por aquele cara de Delfos Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Ser supremo detentor de toda a sabedoria. Envie sua pergunta pelo inbox do Instagram ou para o e-mail maria.costa@abril.com.br.

Um daltônico sonha com cores que não vê?

Não. Não dá para sonhar com um tipo de luz que seu cérebro nunca processou – vide o fato de que nenhum humano vê ultravioleta em seus sonhos.

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 21 jun 2021, 11h53 - Publicado em 18 jun 2021, 15h27

Não. O daltonismo é uma condição genética hereditária. O daltônico nasce assim e nunca viu certas cores que a maioria das pessoas enxerga – por isso, não tem a mesma referência de mundo que os não-daltônicos. Não se pode sonhar com algo que seu cérebro nunca processou.

As cores são ondas eletromagnéticas (luz) de diferentes comprimentos. Percebemos essas ondas graças a células nas retinas chamadas cones. São três tipos: um detecta os comprimentos de onda puxados para o vermelho, outro se dedica à região verde, e um terceiro é responsável pelo azul. Juntos, eles dão conta de todas as cores que conseguimos ver – o espectro visível. 

Os daltônicos possuem deficiências nesses cones, que variam de acordo com diferentes tipos e graus de daltonismo. Não é como se eles vissem uma mancha preta no lugar do verde, do vermelho ou do azul. Eles continuam vendo algum tipo de cor ali, mesmo que seja um tom amarronzado.

O daltonismo também gera, é claro, uma dificuldade em diferenciar cores. Como os cones não conseguem captar alguns comprimentos de onda, dois tons distintos podem acabar sendo interpretados como a mesma coisa. 

Vamos inverter a pergunta: os seres humanos (tanto daltônicos quanto não-daltônicos) sonham com cores ultravioleta? Nós sabemos que elas existem porque é possível detectar seu comprimento de onda – mas não conseguimos enxergá-las. Os humanos precisariam de um outro tipo de cone para isso. Não fazemos ideia de como são essas cores, e nem é preciso dizer que também não sonhamos com elas.

Continua após a publicidade

Os pássaros, por outro lado, poderiam sonhar em ultravioleta. Eles possuem um cone extra que deixa o mundo bem mais colorido. É por isso que eles conseguem navegar entre folhagens com mais facilidade que os humanos. Para eles, nós é que somos daltônicos.

Coincidentemente, temos um repórter daltônico na equipe da revista. Ele diz que não sonha com nenhuma cor inédita, e sim como se estivesse vendo o sonho pelos próprios olhos. Assim como não sabemos como é enxergar o mundo pelos olhos de um pombo, uma pessoa daltônica não tem outra referência que não seja a dela mesma.

Fonte: Sergio Neuenschwander, professor do Instituto do Cérebro na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Pergunta de @icafreitas, via Instagram.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.