Ônibus movido a cocô!
Ontem, a cidade norueguesa de Trondheim foi citada como um bom exemplo, pela iniciativa dos elevadores de bicicletas. Hoje, é a vez de Oslo, a capital da Noruega, ficar bem na fita.
Na tentativa de depender cada vez menos dos combustíveis fósseis no setor de transportes – que, desde 2000, contribuiu para um aumento de 10% na poluição do ar e 50% das emissões de CO2 –, o Conselho de Oslo decidiu apostar no biometano, o que quer dizer, em palavras menos polidas, no cocô.
É que os microorganismos presentes no esgoto quebram o material fermentado e produzem um gás que consegue alimentar motores – desde que sejam feitas leves modificações.
A partir de setembro deste ano, esse gás será captado e vai mover os ônibus públicos da cidade a um preço bem mais baixo: €0,27 contra €0,67 por litro de combustível. A equação do carbono é nula, já que o carbono que consumimos vem da atmosfera e não da crosta terrestre, como no caso das matrizes fósseis.
No entanto, como é usada eletricidade nas estações de esgoto para converter o gás em combustível, a conta é de que sejam emitidas 18 toneladas de carbono por ônibus em um ano – o que significa uma economia de 44 toneladas por unidade, por ano.
O biometano produzido em Oslo será capaz de alimentar 80 ônibus, mas se a idéia der certo, é provável que o produto seja misturado ao biogás – proveniente da queima de resíduos de cozinha – e abasteçam a frota dos 400 ônibus da cidade.
Oslo tem a ambição de ser uma das capitais mais sustentáveis do mundo e já estipulou uma meta: ser neutro em carbono até 2050.
Como bem lembrou o blog Ecowordly, a vantagem da tecnologia é que a matéria prima do biometano é produzida de graça, em grandes quantidades e em qualquer lugar do mundo. Vai dizer que você imaginava que, um dia, seu nº 2 teria tanto valor?
Foto: Seansie, via Flickr, em Creative Commons.