Uma possível cura para o Alzheimer
Um anti-inflamatório comum teve grande efeito em ratos O nome é ácido mefenâmico e esse é potencialmente o primeiro remédio capaz de reverter o Mal de Alzheimer. Num estudo recém-publicado, pesquisadores da Universidade de Manchester administraram o remédio a ratos geneticamente modificados para desenvolverem a doença. Para uma doença hoje incurável, foi quase um milagre: […]
Um anti-inflamatório comum teve grande efeito em ratos
O nome é ácido mefenâmico e esse é potencialmente o primeiro remédio capaz de reverter o Mal de Alzheimer. Num estudo recém-publicado, pesquisadores da Universidade de Manchester administraram o remédio a ratos geneticamente modificados para desenvolverem a doença.
Para uma doença hoje incurável, foi quase um milagre: os cientistas conseguiram suprimir a inflamação cerebral e a perda de memória completamente. “Esses resultados promissores em laboratórios identificam uma classe de remédios que tem o potencial de tratar o Alzheimer bloqueando uma parte particular da resposta imune”, afirma David Brough, condutor do estudo.
Mas vem um alerta: “esses remédios não vêm sem efeitos colaterais e não devem ser tomados para o Alzheimer por enquanto – é preciso estudos em pessoas primeiro. Modelos em ratos nem sempre replicam direito as doenças humanas”.
O ácido mefenâmico é um anti-inflamatório não esteróide vendido desde os anos 1960 para tratar cólicas menstruais e enxaqueca. Ser um velho conhecido das farmácias é uma boa notícia: “como esse remédio já é disponível e sua toxicidade e farmacocinética são conhecidas, o tempo para chegar aos pacientes deve, em teoria, ser menor do que se estivéssemos desenvolvendo algo completamente novo”, diz Brough.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o Mal de Alzheimer atinge até 8% das pessoas com mais de 65 anos, chegando aos 50% aos 85. 48 milhões de pessoas sofrem com a doença e, notavelmente, foi o que derrubou o papa João Paulo II.
Ele causa degeneração cerebral progressiva (demência) e o cérebro simplesmente encolhe. Começa pela perda de memória e termina com a cessação completa das funções neurais, causando a morte.
Cada ano, mais pessoas são atingidas pelo Alzheimer. Antigamente, era considerado uma fatalidade da velhice, ficar “gagá”. Mas o aumento dramático da expectativa de vida nas últimas décadas não só fez mais gente desenvolver a doença como significa que ela está podando uns bons 20 anos de sua existência. Ou mais: até 10% dos casos de Alzheimer são do tipo precoce, atingindo gente na flor dos 50.