Publicado em 1943, O Pequeno Príncipe (Ed. Agir, 96 pgs., R$ 19,90) de Antoine de Saint-Exupéry, é uma das obras mais amadas por adultos e crianças de todo o mundo, além de ser um dos livros mais traduzidos atualmente, ficando atrás apenas da Bíblia e do Alcorão.
Na trama, após uma pane no sistema de seu avião, um piloto (o narrador-protagonista) é obrigado a fazer um pouso de emergência no meio do deserto. Ele está dormindo em sua primeira noite no Saara, após planejar o demorado conserto de seu avião, quando escuta uma voz pedindo: “Desenha-me um carneiro”. É quando ele vê um pequeno garoto de cabelos dourados observando-o com seus olhos meigos. A partir desse momento, o piloto passa a conhecer melhor o sábio garoto, descobrindo como ele chegou até ali e tudo por que passou.
O Principezinho passara por diversos planetas antes de chegar à Terra. Em seu pequeno planeta, deixou sua rosa cheia de espinhos e decidiu partir atrás de aventuras. Entre tais aventuras, o Pequeno Príncipe conheceu um rei autoritário que sempre aguardava por um súdito, um homem vaidoso, um bêbado, um homem de negócios, um geógrafo e um acendedor de lamparinas – todos cegos pelos seus vícios.
Antoine fez um trabalho incrível que revolucionou a literatura infantil. A forma como a história é narrada e os personagens ricos em conhecimento nos fazem pensar na maneira como vivemos e em como o mundo é governado. Se você ainda não se convenceu a ler, dê uma olhada em mais algumas razões.
Por ser considerado um livro infantil, quase todas as páginas da obra possuem uma ilustração, e todas elas foram feitas pelo próprio autor. Os desenhos são ricos em cores, com poucos detalhes e cheios de emoções. Além disso, as figuras fazem com que o leitor se sinta dentro da obra, vivendo as aventuras junto com os personagens e mentalizando cada momento.
Todos com certeza já ouviram a frase “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”, a citação mais famosa de O Pequeno Príncipe. Ela está estampada em diversos acessórios, roupas e livros ao redor do mundo.
Durante sua viagem, o Príncipe escuta e diz várias frases marcantes para a vida do leitor, citações que podem moldar a mente infantil e alterar a adulta, pois o livro é infantil, sim, mas também é para os adultos. Afinal, cada um ainda tem uma criança dentro de si. Seguem abaixo algumas das frases mais famosas da obra:
“Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos. ”
“Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três começarei a ser feliz. ”
“Poucas pessoas se ocupam de coisas que não sejam si mesmas. ”
“Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fossem música. “
3) Algumas frases e personagens são reais
O autor, assim como o protagonista, era piloto de avião e serviu o exército francês. Certa vez, no ano de 1928, Antoine estava em missão no deserto do Saara e encontrou um feneco – animal também conhecido como raposa-do-deserto. Durante sua estadia no local, Antoine cuidou da pequena raposa.
Outra personagem também inspirada em alguém real é a rosa que o Príncipe deixa em seu planeta, que foi inspirada na esposa de Antoine, Consuelo de Saint-Exupéry, que nasceu em El Salvador, terra famosa por ter muitos vulcões – daí as crateras do planeta do Príncipe, o asteroide B-612. Além disso, a famosa frase “só se vê bem com o coração” foi dita por uma amiga do autor, Silvia Hamilton Reinhardt, quando Antoine morava em Nova York.
4) A crítica política da 2ª Guerra Mundial
Quando o autor fala do perigo das árvores Baobás para o planeta do Príncipe, ele faz uma referência ao perigo do nazismo para o mundo naquela época. O rei autoritário que o principezinho encontra em um dos planetas que visita foi totalmente inspirado em Hitler, alguém que só fica aguardando um súdito para mandá-lo fazer tudo o que quer e agir da forma que ele pensa, ou seja, um ditador.
5) Recente adaptação cinematográfica
A obra já possui um filme que foi lançado em 1974 dirigido por Stanley Donen, que também dirigiu o clássico Cinderela em Paris. Essa primeira adaptação foi estrelada por Richard Kiley (piloto) e Steven Warner (Príncipe).
No dia 20 de agosto deste ano, estreou a mais recente adaptação do nosso Príncipe para os cinemas, dirigida por Mark Osborne. A animação não conta diretamente a história da obra, mas mostra uma garota que mora com sua mãe, uma mulher controladora e que obriga a filha a estudar para entrar em uma escola conceituada.
Entretanto, um acidente provocado por um vizinho faz com que a hélice de um avião abra um enorme buraco na casa da garota. Curiosa em saber como o objeto parou ali, ela decide investigar. Logo conhece e se torna amiga de seu novo vizinho, um senhor que lhe conta a história de um Pequeno Príncipe que vive em um asteroide com sua rosa e, um dia, encontrou um aviador perdido no deserto.
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