“Sentimentos são como uma canção para a Bela e a Fera.” Esse refrão levou às lágrimas muitos espectadores que assistiram a nova adaptação live-action de A Bela e a Fera. O desenho lançado em 1991 foi um sucesso, porém repleto de lacunas a serem preenchidas com respostas. O filme de 2017, mais cuidadoso com o roteiro, responde tudo o que o desenho deixou em aberto.
Vamos conferir? (Atenção: contém spoilers)
1) Em qual época se passa o filme?
O filme se aproxima do mundo real ao citar obras de ficção famosas como Romeu e Julieta e também o Rei Arthur e sua Távola Redonda. Antes, era possível intuir que a trama se passava em algum momento do século 19 (veja a Teoria Disney para mais informações).
Agora, o tempo-espaço do filme é retratado de modo claro – ele se passa em meados do século 17. Isso é evidenciado por uma cena que retrata a peste negra, doença que atacou toda a Europa no século 14, e pela citação a Romeu e Julieta, peça de Shakespeare escrita no século 16. O filme também menciona que Gaston havia lutado em uma guerra, confronto esse que pode ser tanto a Guerra dos 80 Anos (1568-1648) quanto a Guerra Franco-Holandesa (1672-1678).
2) Por que o vilarejo achava Bela tão estranha?
“Temos aqui uma garota estranha, tão distraída, lá vai ela” Esse refrão ecoava pelo vilarejo francês. No desenho, a música retratava apenas a população falando mal de Bela sem um motivo aparente. Bela era bonita, inteligente e dedicada. Qual a explicação para esse desafeto?
A resposta está no filme, e é chocante e triste. A população não gosta de Bela pois ela é a única mulher do vilarejo que sabe ler. O desenho já dava a entender que o fato de uma mulher saber ler não era visto com bons olhos, mas a ideia de Bela ser a única mulher letrada da vila toda foi uma novidade para quem assistiu.
O ódio contra Bela é maior ainda quando ela tenta ensinar uma menina a ler e é repreendida com frases como “Ah, não! Mais uma garota no vilarejo que vai saber ler?”. E todos se reúnem para impedi-la.
3) Qual era o passado de Bela?
“Eu quero mais que a vida no interior”, cantava Bela no começo da história. Mas, no filme, ficamos sabendo que Bela nem sempre viveu numa cidade pequena. Sua terra natal era Paris, a capital francesa, cidade das luzes. O motivo pelo qual Bela e seu pai se mudam para longe, refugiando-se em um lugar pequeno, é um segredo que seu pai sempre guardou da moça e é revelado no fim do filme.
Atenção para o MEGA SPOILER: o pai abandonou a mãe de Bela para morrer de peste negra sozinha, desta forma preservando a saúde da criança. Apesar de ele não querer deixar a mulher, que estava à beira da morte, partiu para o interior com a filha.
4) Por que a Fera havia se tornado um príncipe egocêntrico?
O príncipe se transformou em Fera por ser um homem egoísta e sem caráter, que apenas tem olhos para as aparências. Mas por que sua personalidade se tornou assim? O filme dá uma explicação: seu pai, que, após a morte de sua mãe, passou a educá-lo para se tornar o mais individualista possível.
5) O que aconteceria com os objetos do castelo quando a última pétala de rosa caísse?
Nós sabíamos que, assim que a Rosa morresse, Fera continuaria um monstro para sempre. Mas e os objetos? Também permaneceriam assim? O filme nos conta que não – o fim deles seria mais trágico. Eles se transformariam em objetos inanimados, sem vida.
Segura o spoiler: Quando a última pétala cai e Fera morre (antes de Bela falar que o ama e ele se transformar em um príncipe), os objetos do castelo, um a um, vão se transformando em seres inanimados, despedindo-se uns dos outros. Mas, quando a Fera vira novamente humano, eles voltam a viver.
6) Por que os objetos do castelo não abandonaram a Fera?
Uma questão latente no filme original era por que, mesmo a Fera menosprezando muitas vezes seus objetos e os tratando de modo agressivo, eles ainda zelavam pelo seu bem. Afinal, ninguém gosta de ficar onde é maltratado, certo?
No filme, isso é explicado. Eles ficam porque, quando eram humanos, viram a forma com a qual o pai de Fera educava seu filho e não fizeram nada a respeito. Por isso, se sentem culpados por tudo o que ocorreu e sabem que, no fundo, a Fera não teve culpa alguma, foi só vítima das circunstâncias.