
Millennium – Os Homens Que Não Amavam as Mulheres (Companhia das Letras, 528 pgs., R$ 28) é um livro épico do jornalista sueco Stieg Larsson focado na investigação do desaparecimento de uma mulher. Com dois protagonistas excêntricos (Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander) e uma história capaz de prender a atenção de todos os leitores, a obra possui elementos do jornalismo econômico e de tramas de corrupção.
No começo, somos introduzidos à nefasta vida de Mikael Blomkvist, um notável jornalista que cai em uma cilada e acaba sendo condenado à prisão. Em meio ao seu destaque na mídia, Mikael é contatado pelo empresário Henrik Vanger, o visionário patriarca do império industrial Vanger. Ele faz uma proposta ao jornalista: que resolva o mistério da sua sobrinha Harriet, desaparecida na ilha de Hedestad sem deixar pistas em 1966, em troca de informações que garantam sua liberdade.
Mikael aceita e vai à ilha junto com Lisbeth, que trabalha para Vanger e é escolhida como assistente do jornalista na missão. Lá, os dois se deparam com uma família de várias personalidades ardilosas e interessantes. Todos eles, potenciais suspeitos de um crime que ocorreu há 40 anos. E, assim, o jornalista começa uma jornada de redenção que irá colocar suas habilidades à prova.
Lisbeth traz outros elementos ao livro, com sua personalidade incorruptível e complexa e seu “dom especial”, essencial para desvendar o mistério. Uma guerreira materializada com seus piercings e tatuagens, ela prende a atenção do leitor sempre que os eventos do enredo a colocam em cena.
Trata-se de um excelente livro pelo fato de estar contextualizado com o mundo moderno, trazendo questões atuais, como o abuso de mulheres e a tecnologia, circundando a trama principal da obra.
Também existe a possibilidade de um leitor atento conseguir desvendar o crime antes do final. Dessa forma, Millennium se caracteriza como um livro politizado e com a capacidade de deixar o leitor entretido e focado na trama.