Com roteiro de Mark Waid e Dan Curtis Johnson e desenhos de Howard Porter e Steve Scott, Liga da Justiça – Torre de Babel (Eaglemoss, 164 págs., R$ 40) é uma história originalmente publicada em 2000 nas revistas americanas JLA #43-46 e JLA Secret Files #3. Agora a história sai no Brasil em formato de graphic novel na coleção da Eaglemoss.
Batman, notando o tamanho do poder presente na Liga da Justiça, desenvolve um arquivo pessoal e secreto no qual guarda informações capazes de derrotar cada um de seus colegas da Liga. Essas informações, que funcionariam apenas como um “plano B” caso algum dos heróis fosse corrompido, estavam sendo mantidas escondidas por ele até que Ra’s Al Ghul, o grande vilão da trama, se apropria delas.
Ra’s passa a usar as estratégias secretas criadas por Batman para alcançar seu objetivo: a destruição completa da Liga da Justiça. Dessa forma, os heróis começam a ser atraídos para armadilhas cuidadosamente projetadas para cada um deles, nas quais seus poderes e habilidades são sempre superados e vencidos.
Além da crise que o vilão consegue instalar dentro da Liga, ele arquiteta uma arma ainda mais poderosa: a Torre de Babel. A partir da transmissão de ondas ultrassônicas, Ra’s impossibilita a comunicação oral. Assim, uma pessoa não é capaz de entender o que a outra fala, mesmo que estejam usando o mesmo idioma.
O roteiro de Waid e Johnson é, sem dúvidas, muito bem escrito, capaz de prender o leitor aos conflitos e aguçar a sua curiosidade até a última página. Mas os desenhos da HQ, cheios de cores intensas, com traços marcantes e detalhes evidentes, são o ponto alto da obra. A arte dessa graphic novel é tão boa, com personagens tão expressivos e ambientes tão bem elaborados, que, em algumas páginas, é possível captar perfeitamente o sentimento do personagem ou a situação descrita sem a necessidade de ler uma única palavra.
Para quem gosta de ler quadrinhos com conflitos envolventes acompanhados de uma bela arte, Torre de Babel é uma escolha certeira.