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Tumbo é a biografia escrita pelo jornalista Bruce Cook em 1977 e que está sendo, pela primeira vez, traduzida para o português e lançada no Brasil. O personagem-título é o roteirista hollywoodiano Dalton Trumbo, que, nos anos 50, foi preso por uma suposta ligação com o comunismo. O livro virou filme em 2015, estrelado por Bryan Cranston, que foi indicado ao Oscar de Melhor Ator pelo papel.
Na trama, Dalton Trumbo teve uma infância simples e uma juventude problemática por causa da condição financeira da família, fortemente atingida pela depressão de 1920. Ele então começa a escrever roteiros para filmes de baixo orçamento em Hollywood e, depois de alguns anos, já está produzindo para os grandes estúdios. É então acusado de envolvimento com o partido comunista pelo governo americano.
Durante a Guerra Fria, no começo de 1950, os EUA estavam vigilantes ao que consideravam uma “ameaça vermelha”, que era como eles chamavam a possibilidade de os simpatizantes do comunismo utilizarem o cinema para propagar seus ideais esquerdistas. Isso fez com que o jornal The Hollywood Reporter divulgasse centenas de nomes de profissionais de Hollywood ligados ao partido marxista.
Foram expostos na reportagem diretores, roteiristas, atores, produtores, enfim, qualquer um minimamente ligado ao comunismo. Por causa da lista, dez suspeitos foram interrogados pelo Comitê de Atividades Antiamericanas. Eles posteriormente ficaram conhecidos como “Os Dez de Hollywood”. Alguns acabaram confessando sua inclinação política e deram os nomes de outros simpatizantes. Outros, como Trumbo, se recusaram a depor e foram mandados para a prisão por desacato.
Após cumprir pena, Trumbo se viu membro da lista negra de Hollywood – uma lista que continha nomes de vários profissionais proibidos de trabalhar nos grandes estúdios. Ele e sua família se mudaram para o México e ele começou a escrever roteiros clandestinamente por um preço muito abaixo do comum. Desta forma, criou um verdadeiro mercado negro dentro da indústria, garantindo inclusive oportunidades de trabalho para os companheiros banidos.
Dois de seus roteiros clandestinos, creditados a pessoas que não existiam, ganharam o Oscar de melhor roteiro – Exodus e Spartacus. Com o esvaziamento do macarthismo e com seus roteiros reconhecidamente de qualidade, Trumbo foi a primeira pessoa a sair da lista negra e voltar ao mercado cinematográfico.
O ritmo do livro começa um pouco lento, não muito linear, mas a obra ganha fôlego na metade e fica tão interessante que é difícil largá-la sem descobrir o desfecho da história. É um complemento interessante para quem viu o filme, pois este é obviamente mais superficial e não tão profundo quanto o original.
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