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Adolescentes nunca foram tão infelizes

Um estudo afirma que o culpado para essa insatisfação é - quem diria - o tempo perdido no celular.

Por Lucas Baranyi
23 jan 2018, 15h35

Nunca foi fácil ser adolescente. Seu corpo está se desenvolvendo (e provavelmente nunca foi tão estranho), os hormônios estão em ebulição e tudo que você mais deseja é envelhecer (spoiler: não é tão legal assim). Mas de acordo com um novo estudo, publicado nesta terça-feira (23) pelo periódico Emotion,  os últimos anos têm sido ainda mais complicados para quem enfrenta esta fase da vida. E o motivo é simples: a ascensão das redes sociais e dos smartphones.

Os pesquisadores analisaram dados de uma pesquisa feita com jovens da 8ª série, 1º e 3º anos do colegial, conduzida desde os anos 90, chamada Monitoring the Future. O objetivo primário do estudo é entender a tendência no uso de drogas, mas uma das questões também envolve a satisfação dos jovens com suas próprias vidas, e é medida em uma escala de um a três – em que ‘1’ representa ‘não muito feliz’, 2 representa ‘bem feliz’ e 3 representa ‘muito feliz’. A amostra inclui mais de um milhão de adolescentes de 13 a 18 anos.

A análise surpreendeu os pesquisadores, que encontraram uma alta na autoestima e felicidade entre adolescentes durante os anos 90 e 2000, mas uma queda no bem-estar geral a partir de 2012. Neste ano, a média de alunos do 1º colegial ficou em torno de 2.06 enquanto, em 2016, caiu para 2.00. Apesar de representar uma mudança modesta, ela é mais abrupta (e maior) do que qualquer outro declínio visto nos anos anteriores.

A relação com os smartphones não surge de forma aleatória: 2012 foi o primeiro ano, nos Estados Unidos, em que mais de 50% dos americanos afirmaram possuir um aparelho – entre os adolescentes, o número chegou a um terço. Em 2016, o alcance subiu para três quartos.

Segundo a líder da pesquisa, Jean Twenge, professora de psicologia na Universidade de San Diego, o curto período em que a queda ocorreu torna a identificação do problema mais fácil. “A maior mudança na vida de adolescentes entre 2012 e 2015 foi a ascensão dos smartphones. É difícil pensar em qualquer outro aspecto que possa ter impactado tanto a vida destes jovens”, afirmou a americana ao site Gizmodo.

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A teoria se sustenta ao analisar diferentes grupos de adolescentes e o tempo que eles gastam utilizando smartphones, assistindo TV e realizando atividades sociais. Especialmente entre alunos da 8ª série e 1º ano do colegial, o coeficiente de felicidade era menor dentre os grupos que passavam mais tempo utilizando smartphones.

Twenge se apoia em outro estudo para corroborar sua tese: em 2016, pesquisadores pediram que voluntários ficassem sem usar o Facebook por uma semana. O resultado? Eles ficaram mais satisfeitos com suas vidas e demonstraram emoções mais positivas.

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