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Assistir pornô aumenta as chances de divórcio, diz estudo

O problema é achar que o sexo real deveria ser igual à pornografia

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 16 nov 2017, 16h10 - Publicado em 29 ago 2016, 15h15

Filmes pornô podem destruir casamentos? É o que busca responder um grupo de sociólogos da Universidade de Oklahoma, nos EUA, no primeiro grande estudo sobre os efeitos dos filmes pornô entre casais que vivem sob o mesmo teto. Para isso, eles entrevistaram 5.698 pessoas duas vezes, com um intervalo de dois anos entre cada papo.

Nas entrevistas, os participantes precisavam responder quatro perguntas: se eram casados, se haviam assistido filmes pornô no último ano, se aquele filme tinha sido o primeiro e se estava tudo bem com o relacionamento (ou seja: se eles tinham vontade de se divorciar). Do total, 1.681 pessoas eram casadas e disseram ter assistido pornografia no último ano, outros 373 afirmaram ter visto um pornô pela primeira vez naquele ano, quando já estavam casados.

Dois anos depois, na segunda entrevista, os cientistas descobriram que a intenção de divórcio aumentou entre todas as pessoas que disseram ter assistido pornô, pela primeira vez ou não: entre os homens, de 5% para 10% queriam a separação; entre as mulheres, de 6% a 18% diziam não aguentar mais. Além disso, 11% das 373 pessoas que começaram a assistir pornô durante o casamento tinham se divorciado — entre as que já assistiam antes do casório, esse número era menor: 6%.

Mas, quando as mulheres paravam de assistir filmes sexuais, a intenção de divórcio voltava para os 6% originais — para os homens, esse número não chegou a ser computado, já que nenhum dos participantes conseguiu parar de ver pornô.

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Por que isso acontece? Não dá para ter certeza, mas a hipótese levantada pelos sociólogos é basicamente a seguinte: expectativas acabam engolindo a realidade. Quando você começa a ver pornografia, passa a se questionar se o sexo de verdade tem algum problema. Isso porque o filme pornô é uma super produção, com atores de corpos sarados e com cortes estratégicos que tiram as dificuldades e inseguranças da relação real.

É como querer que a sua vida seja igual à de um filme de Hollywood — só que no âmbito sexual. A grande diferença é: você sabe que nenhum dos seus amigos vive num filme de ação, com explosões e carros caríssimos, mas pode ter dúvidas se a vida sexual deles é parecida com o pornô, já que não é comum conversar sobre sexo em detalhes.

O estudo é o mais completo até agora, já que analisa dados de muitas pessoas coletadas em um longo espaço de tempo. E ele conversa com outros artigos que mostram que assistir mais pornografia pode acelerar o divórcio em um casamento em decadência.

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