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Auto upgrade

Levar uma vida boa não é mais suficiente. As pessoas querem mesmo é se autossuperar. Pra isso, vale até cobrir o corpo de traquitanas e medir cada gesto

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Atualizado em 31 out 2016, 18h45 - Publicado em 26 fev 2011, 22h00

Texto Cecília Selbach

Conhece-te a ti mesmo. A frase de Sócrates é uma das mais famosas da história da filosofia. Mas hoje ela seria insuficiente. Pelo menos para a turma que alimenta o mercado do autoaperfeiçoamento, um nicho que movimentou cerca de US$ 11 bilhões só nos EUA, em 2008, segundo pesquisa da empresa MarketData. Para esse pessoal, é preciso ir além do autoconhecimento e tentar corrigir e melhorar a forma como fazemos quase tudo.

Os números do mercado incluem os livros de autoajuda, e também cds e dvds, palestras, workshops e seminários de gurus do ramo, serviços de personal coaching e softwares especializados. Tudo isso para ajudar as pessoas a perder peso, a combater a depressão e o alcoolismo, a aprender a ser um melhor líder, a falar em público ou a ser mais organizado. A cada ano, esse mercado cresce 11%.

O desejo de se autossuperar não é novo. Desde a época de Sócrates, os filósofos pensam em como agir da melhor forma possível para atingir a eudaimonia, ou seja, o viver bem, a felicidade. Esse tipo de obra ganhou força no início do século passado, com o incremento da psicologia. Freud em si não encorajava o ramo, mas o campo de conhecimento aberto por ele permitiu que o gênero florescesse. Em 1936, foi publicado o primeiro best seller do nicho: Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, de Dale Carnegie, um sucesso que perdura até hoje, tendo vendido mais de 30 milhões de cópias. Depois disso, a onda não passou. Aliás, só cresceu. Hoje, está mais forte do que nunca.

O que faz diferença hoje não tem nada a ver com a era de Aquário. E sim com o avanço da tecnologia. Hoje, os cientistas conseguem entender melhor como o corpo humano funciona. Assim, conseguem criar remédios mais eficientes e até obter provas de que práticas como meditação podem de fato beneficiar o cérebro (veja na página 28). Ao mesmo tempo, a internet permite que esses métodos se espalhem com grande eficiência.

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Treinadores de humanos

Não falta quem tire proveito da tendência. Na TV, programas como Extreme Makeover: Home Edition reformam a casa de alguém em uma semana, ao mesmo tempo que ajuda os telespectadores a fazer o mesmo. Também é possível contratar um personal coach (“treinador pessoal”, em português), para ajudar a ser melhor em qualquer área da vida. Uma pesquisa da PriceWaterHouseCoopers estima que haja pelo menos 30 mil técnicos pessoais em atuação no mundo, movimentando cerca de US$ 1,5 bilhão por ano.

As pessoas estão dispostas a pagar cada vez mais para viver cada vez melhor. No trabalho, isso é quase uma necessidade: em um mercado competitivo, é preciso se diferenciar da concorrência o tempo todo, sempre colecionando novas competências. E aí, além das ferramentas técnicas, como MBA e pós-graduação, é importante falar bem em público, ser mais organizado, saber liderar e negociar. Pra isso, vale até aulas de meditação, ioga ou artes marciais. Tudo para que a pessoa fique cada vez mais produtiva.

Como você vai ver nas próximas páginas, novas formas de se autoaperfeiçoar surgem a cada dia. São tendências como a do automonitoramento e a dos projetos científicos que comprovam o poder da meditação. O objetivo é viver mais e melhor – talvez, até, para sempre. Se Sócrates vivesse hoje, seu lema seria: melhora-te a ti mesmo.

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