Casa de Einstein é uma incógnita
Com a recente reunificação alemã, o governo não sabe o que fazer com a casa que pertencia ao cientista.
Em 1928, o casal Albert e Elsa Einstein gastou toda a sua poupança- 60 000 marcos, o equivalente a três anos de salário de um professor na Alemanha de então – para construir uma casa de veraneio a beira do Lago Templin, perto de Berlim. Ainda mais modesto que de habito, Einstein se referia a ela como “a cabana”. Na realidade, é uma habitação co dois pavimentos, um anexo e um terraço ( o que hoje se chamaria deck).
Toda de madeira escura, com persianas e corrimão externo brancos. A sala de estar, sua principal peça, mede 40 metros quadrados. Durante três anos, o físico desfrutou das amenidades do lugar, velejando com freqüência no lago. Ate que um desastre de proporções medonhas—a ascensão do nazismo—mo afastaria para sempre daquilo que ele chamava, bem- humorado, “um desastre, porem um belo desastre”. Numa alusão à extravagância financeira que cometera.
Em janeiro de 1933, Hitler tomou o poder da Alemanha, Einstein que se encontrava nos Estados Unidos, ficou de vez por lá. Os nazistas confiscaram a casa. Depois da guerra, ela acabou ficando sob custódia da Academia de Ciências da Alemanha Oriental. E assim continuaria, não fosse a recente reunificação do país. Extinta a Alemanha comunista e suas instituições, a casa passou ao Estado de Brandenburgo, onde fica Berlim. Agora, as autoridades não sabem o que fazer com a propriedade. Transformá-la em museu é inviável, porque o testamento de Einstein o proíbe expressamente. A segunda melhor idéia é convertê-la no centro de conferencias Física da Universidade de Potsdam. O problema é que essa universidade só existe no papel e parece que tão cedo não haverá dinheiro para implantá-la. Que ninguém se surpreenda, portanto, se um dia desses aparecer em algum jornal berlinense o seguinte anúncio: “Ocasião. Aluga-se casa de veraneio. Aluguel relativamente em conta. Estuda-se fórmula”.