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Como se trata a ninfomania?

Não é brincadeira – entenda o passo a passo.

Por André Bernardo
Atualizado em 19 ago 2019, 18h42 - Publicado em 16 ago 2019, 20h46
Para casos leves e moderados, psicoterapia; para os mais severos, medicação. “O desejo sexual se torna um problema quando a pessoa perde o controle sobre ele”, diz o psiquiatra Waldemar de Oliveira Junior, da USP.
A primeira menção à ninfomania (termo alusivo às ninfas gregas) surgiu em 1786, quando o médico francês D. T. Bienville lançou A Ninfomania ou Tratado sobre o Furor Uterino, sobre um “mal” de origem desconhecida que perturbava as mulheres e provocava os homens na Paris do século 18. Logo, descobriu-se que essa compulsão não atingia só as mulheres.
Nos homens, ganhou o nome de satiríase, numa referência aos sátiros: figuras mitológicas metade homem, metade bode. Hoje, os modernos manuais de psiquiatria rebatizaram a disfunção como impulso sexual excessivo.
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(Bruno Ferreira/Mundo Estranho)
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1. Sintomas
O critério para diagnosticar ninfomania (ou satiríase) não é a quantidade de vezes por dia que se faz sexo. O problema é quando o desejo sexual causa sofrimento ou prejuízos – como quando a pessoa quer trabalhar
e não consegue por só pensar em sexo. Como identificar o problema? Consumo exagerado de pornografia e excesso de masturbação são sinais de alerta.
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(Bruno Ferreira/Mundo Estranho)
2. Diagnóstico
Para confirmar a ninfomania, só por meio de muita anamnese – aquele bate-papo investigativo entre o psicólogo (ou psiquiatra) e o paciente. Quem suspeita ter o distúrbio deve procurar ajuda profissional quando o sexo deixa de ser algo saudável e prazeroso para virar uma grande fonte de  culpa, vergonha e sofrimento.
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(Bruno Ferreira/Mundo Estranho)

3. Tratamento psicoterápico
Nos estágios iniciais, o tratamento é com sessões de terapia individuais ou em grupo. Nelas, o paciente é convidado a  descobrir as causas de sua compulsão.Ou seja, por que ele faz o que faz: maus-tratos na infância, abuso sexual na adolescência etc. O tratamento pode levar de seis meses até a vida toda.

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(Bruno Ferreira/Mundo Estranho)
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4. Tratamento medicamentoso
Em casos mais graves, outras condições médicas, como depressão e ansiedade, se associam à compulsão por sexo. Para agravar o quadro, uma compulsão geralmente vem acompanhada por outras:  comida, jogos ou compras, por exemplo. Nesses casos, o médico pode tentar gerenciar a libido do paciente com antidepressivos.
5. Autocontrole
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O objetivo do tratamento não é a abstinência, mas o correto exercício da sexualidade  – sem sofrimento, culpa ou vergonha. Para evitar recaídas, os especialistas recomendam precauções: se o ponto fraco é conteúdo impróprio na internet, o ideal é instalar softwares para bloquear sites pornôs ou salas de bate-papo.

Consultoria: Christian Dunker, do Instituto de Psicologia da USP, Marco Scanavino, do Ambulatório de Impulso Sexual Excessivo do Hospital das Clínicas, e Waldemar de Oliveira Junior, da Faculdade de Medicina da USP.

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