O critério para diagnosticar ninfomania (ou satiríase) não é a quantidade de vezes por dia que se faz sexo. O problema é quando o desejo sexual causa sofrimento ou prejuízos – como quando a pessoa quer trabalhar
e não consegue por só pensar em sexo. Como identificar o problema? Consumo exagerado de pornografia e excesso de masturbação são sinais de alerta.
Para confirmar a ninfomania, só por meio de muita anamnese – aquele bate-papo investigativo entre o psicólogo (ou psiquiatra) e o paciente. Quem suspeita ter o distúrbio deve procurar ajuda profissional quando o sexo deixa de ser algo saudável e prazeroso para virar uma grande fonte de culpa, vergonha e sofrimento.
3. Tratamento psicoterápico
Nos estágios iniciais, o tratamento é com sessões de terapia individuais ou em grupo. Nelas, o paciente é convidado a descobrir as causas de sua compulsão.Ou seja, por que ele faz o que faz: maus-tratos na infância, abuso sexual na adolescência etc. O tratamento pode levar de seis meses até a vida toda.
Em casos mais graves, outras condições médicas, como depressão e ansiedade, se associam à compulsão por sexo. Para agravar o quadro, uma compulsão geralmente vem acompanhada por outras: comida, jogos ou compras, por exemplo. Nesses casos, o médico pode tentar gerenciar a libido do paciente com antidepressivos.
O objetivo do tratamento não é a abstinência, mas o correto exercício da sexualidade – sem sofrimento, culpa ou vergonha. Para evitar recaídas, os especialistas recomendam precauções: se o ponto fraco é conteúdo impróprio na internet, o ideal é instalar softwares para bloquear sites pornôs ou salas de bate-papo.
Consultoria: Christian Dunker, do Instituto de Psicologia da USP, Marco Scanavino, do Ambulatório de Impulso Sexual Excessivo do Hospital das Clínicas, e Waldemar de Oliveira Junior, da Faculdade de Medicina da USP.