Nira Worcman, de Nova York
Passados 65 milhões de anos de sua extinção, os Tyranosaurus rex continuam poderosos. Só que agora, em vez de estraçalhar presas, eles – ou melhor, seus ossos – geram especulações financeiras. Em outubro, Sue, o maior e mais completo esqueleto desta espécie de dinossauro já encontrado, foi arrematado na Sotheby’s, a casa de leilões americana, por 8,36 milhões de dólares. A McDonald’s e a Walt Disney Company bancaram a compra, mas doaram o espécime para a coleção do Field Museum de Chicago. Outro fóssil, o Mr. Z. Rex, está sendo oferecido na Internet (https://www.fossilnet.com) por 12 milhões de dólares. Um terceiro, descoberto este ano, foi salvo pelo FBI de uma escavadeira.
Os donos do terreno onde ele se encontrava tentavam tirá-lo de lá aproveitando uma viagem dos paleontólogos que o haviam encontrado. A tendência está deixando os cientistas preocupados. “É lamentável”, reclama o zoológo Stephen Jay Gould. “Na medida em que adquirem valor monetário os fósseis ficam mais longe da ciência.”