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Exército de um homem só – SUPER entrevista Jean Wyllys

Jean Wyllys chegou ao Congresso Nacional para defender os direitos humanos e a comunidade LGBT. Dois anos depois, o deputado federal percebeu que sua causa é uma luta diária.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h45 - Publicado em 6 mar 2013, 22h00

Carol Castro

Você defende vários assuntos polêmicos (o aborto, a luta contra a homofobia, a regulamentação de algumas drogas). Qual deles enfrenta maior resistência no Congresso?
Os mais odiados historicamente são os homossexuais. Os temas ligados a eles são os mais enfrentados porque os radicais evangélicos ganham o apoio dos conservadores laicos homofóbicos. Em seguida vem o aborto, e depois a legalização das drogas leves. O pior é que essas mesmas pessoas, homofóbicas e contra o aborto, se colocam a favor da redução da maioridade penal. Uma gente que fala de moral e bons costumes, em nome da vida, também é a favor do armamento e da redução da maioridade penal.

O que mais o decepciona no Congresso?
Lidar com a estupidez de muitos deputados. É muita gente sem formação. Vêm aqui para sustentar seus privilégios pessoais ou interesses paroquiais, e não para cumprir as funções de um legislador. e isso não tem a ver com o espectro político de direita ou esquerda.

Existem outros que compartilham das suas opiniões por aí?
Tem, sim. senão, já teria feito minhas malas. Mas acho que falta a eles perder o medo de botar o cargo em risco. porque quando se confrontam com a difamação e o insulto, eles recuam por medo de perder o mandato. É importante ter popularidade para se reeleger, mas também é importante ser impopular em alguns momentos, para enfrentar o preconceito das maiorias.

Tiririca já declarou que não vai continuar na carreira política, porque descobriu que um deputado não consegue fazer muita coisa. Você também se sente frustrado?
O Tiririca não se encontrou. Ele é um artista popular que foi usado por um partido, numa estratégia de marketing muito bem pensada. Eu ainda não sei se vou tentar a reeleição. Ser deputado com esse meu perfil, tocando as pautas que eu toco, não é fácil. E enfrentar as forças opostas tem um custo pessoal e emocional grande. Sinto-me um exército de um homem só. E tenho família – eu posso estar imune aos insultos, mas meus amigos e familiares, não.

Qual a importância em estudar até que ponto a homossexualidade é de nascença ou não?

Não há um consenso sobre a origem da homossexualidade. E nem sei por que deveríamos discutir sua origem, uma vez que não se discute a da heterossexualidade. São expressões da sexualidade humana. Mas a especulação em torno disso é um indicativo de todo policiamento em torno da homossexualidade. Ou seja, os héteros construíram uma ordem cultural que nos trata como desvio. A homossexualidade foi tratada como crime, pecado e doença. E os homossexuais foram reagindo contra esses conceitos, e ganhando cidadania. Foi um enfrentamento cultural e político. Eu, por mim, não estaria discutindo isso. Mas a manifestação de cientistas, como do geneticista Eli Vieira, é importante para rebater as especulações de charlatões como o pastor Silas Malafaia.

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