O feno fez o mundo girar. Parece exagero, mas a metáfora tem suas razões: como alguns alimentos simplesmente não podiam ser armazenados durante muito tempo, o homem não podia ir muito longe com seus animais. A situação piorava em épocas de guerras e invernos rigorosos. Como alimentar os cavalos em batalha e todo o gado nas migrações? Com feno. Que é, nada mais, capim ou outra planta desidratada que serve de ração para esses animais. Retirandose sua água, ela mantém o valor nutritivo e pode ser armazenada sem estragar. A desidratação pode ser realizada com a energia do sol e do vento, sem a necessidade de galpões ou máquinas.
Sem o feno, esses animais só poderiam ser alimentados nos países quentes, já que o frio acaba com o capim. E, sem cavalos, não surgiriam as aldeias, que se transformaram tempos depois nas grandes cidades. Não fosse pelo feno, teria sido muito complexa a domesticação dos animais, o abandono do nomadismo, a agricultura, o desenvolvimento dos centros urbanos etc… Um produto simples, fácil de ser conseguido, eficiente e, por tudo isso, genial.
O feno serviu de fonte de inspiração para o grande pintor francês Claude Monet. Em 1891, ele começou sua famosa série de pinturas de montes de feno, retratados com diferentes colorações em várias épocas do ano.