Granada capta e envia informações para ajudar a combater ditaduras
No que depender do engenheiro Julian Oliver, os insurgentes ao redor do mundo vão ganhar uma arma poderosa: uma granada que capta dados por até 200 horas e depois envia tudo para servidores na Alemanha.
Bruno Garattoni e Karin Hetschko
Egito, Tunísia, Iêmen, Líbia. Síria. Esses países tem várias coisas em comum: movimentos revolucionários, combates sangrentos nas ruas, censura à internet. Mas no que depender do engenheiro Julian Oliver, os insurgentes vão ganhar uma arma poderosa. Por fora ela se parece à F1, granada de mão do Exército francês que e contém 60 gramas de TNT. Mas quando seu pino é puxado, ela não explode. Ativa um minicomputador interno, que começa a coletar informações sobre o local – tem um microfone que grava os sons ambientes e uma antena que acessa as redes Wi-Fi a até 250 metros, interceptando todos os dados (como e-mails e comunicações via Twitter e Facebook). A granada fica captando dados por até 200 horas – tempo de duração de sua bateria -, e depois envia tudo para servidores na Alemanha, onde as informações podem ser recuperadas e repassadas à imprensa. “A ideia é que a explosão de informações possa sacudir as instituições políticas”, explica Oliver, que também é artista e está expondo a granada em uma galeria de Berlim. Por enquanto, ele não tem recursos nem planos para distribuir a granada, mas já está criando uma versão Android do software dela (que os insurgentes poderão baixar e instalar em seus smartphones).