Interpol – Jogo para 3 a 6 jogadores fabricado pela GROW Jogos e Brinquedos S.A.
Os jogos cuja mecânica demanda um esforço de colaboração entre os jogadores, além da simples competição, são bastante raros. Pior ainda: grandes partes das tentativas neste sentido tem resultado em jogos onde uns cooperam com os outros e todos lutam contra o sono. Interpol sacode essa sonolência e da mais uma demonstração de que, com inteligência e criatividade, não há limites para a invenção de jogos originais, sejam de que tipo forem.
Interpol foi lançado na Alemanha por Otto Maier Verlag Ravensburg, uma das mais respeitadas editoras de jogos de todo o mundo, e ganhou em 1983 o prêmio de Jogo do Ano segundo a critica especializada. A versão brasileira é de muito bom nível, inclusive superando a tampa original com uma linda ilustração de Jaime Cortez.
Em Interpol um dos jogadores atua como Mister X, um refinado assaltante procurado pela policia, enquanto os demais representam os detetives. O tabuleiro mostra um mapa de Londres com a indicação dos meios de transporte disponíveis em casa rua táxi, ônibus ou metrô – , e os participantes recebem um número limitado de bilhetes para poder usá-los. A partir de uma posição inicial Alea tória, os jogadores tem direito a um deslocamento por rodada, indo de um ponto da cidade a outro. Os detetives fazem isto às claras, movendo seus peões sobre o tabuleiro: Mister X, no entanto, valendo-se do seu anonimato, registra seus passos secretamente, deixando apenas pistas (os bilhetes sados). Através da análise destas pistas, os detetives eventualmente estarão em condições de localizar o fugitivo, cercá-lo e apanhá-lo. Para isso é necessário formular hipóteses e checá-las de modo lógico e coordenado, caso contrário Mister X fura o cerco, e quando menos se espera, já esta do outro lado do Tamisa! É essa ação coordenada que incita os jogadores a um natural esforço e cooperação. Não importa mais quem captura Mister X, desde que ele seja apanhado. Lembro-me de uma partida em que os detetives se empenhavam de tal modo na articulação de esquemas, que se debruçavam cada vez mais sobre a mesa, motivando protestos de Mister X, que já não conseguia enxergar o tabuleiro. Nem isso adiantou. Mister X escapou entre British Museum e a National Gallery, bem debaixo de nossas barbas!