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Narcotráfico dá pouco dinheiro

Despesas com mão-de-obra, armas e matéria-prima estragam o lucro dos traficantes cariocas

Por Mariana Delfini
Atualizado em 31 out 2016, 18h53 - Publicado em 25 fev 2011, 22h00
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  • Os chefes do narcotráfico sempre são retratados como barões poderosos e riquíssimos. Mas na prática a coisa não é bem assim. Um estudo feito pela Secretaria da Fazenda do Rio de Janeiro calculou em detalhes, pela primeira vez, a contabilidade do tráfico carioca. E chegou a uma conclusão surpreendente: mesmo impondo preços, tendo clientes cativos e empregando um exército de 16 mil funcionários, o equivalente a uma montadora de automóveis, a indústria do tráfico alcança um resultado modesto – lucra R$ 26 milhões anuais, o mesmo que uma rede de lojas de pneus.

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    Até a última ponta
    O balanço anual da indústria de tráfico de drogas no Rio

    1. Compra da droga
    O estudo cruza informações da ONU, do governo e da Polícia Federal para calcular quanto a droga custa no atacado, quantas pessoas usam e quanto consomem. Com isso, tem-se o investimento inicial dos traficantes.
    Despesa com compra – R$ 96,94 milhões/ano

    2. Mão-de-obra
    A indústria do tráfico emprega muita gente – sua folha de pagamento é gigantesca, comparável à de grandes empresas.

    Pão de Açúcar – 70 656

    AmBev – 35 000

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    Google* – 19 156

    Embraer – 17 375

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    Tráfico RJ – 16 388

    Lojas Renner – 9 647

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    * No mundo inteiro
    Despesa com pessoal – R$ 158,73 milhões/ano

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    3. Armas
    Quando a polícia apreende armas dos traficantes, eles têm de repor o que foi perdido. Assim, é possível calcular quanto gastam anualmente para manter seu arsenal (sem contar despesas com munição e eventuais upgrades nos equipamentos).
    Despesa com armamento – R$ 24,78 milhões/ano

    4. Apreensão
    10% de toda a droga traficada no Rio acaba sendo apreendida pela polícia antes da venda. Ela tem de ser reposta, o que gera um custo para os traficantes. (Também há a propina paga aos policiais, que é impossível de estimar – e por isso não consta do estudo.)
    Despesa com apreensão – R$ 9,69 milhões/ano

    5. Venda
    Os traficantes revendem seus produtos cobrando até 400% a mais do que pagaram. Por isso, seu faturamento é alto – equivalente ao de um grande laboratório farmacêutico.
    Faturamento – R$ 316,68 milhões/ano

    6. Resultado
    Sobram apenas R$ 26 milhões. A rentabilidade é de 8,38% do faturamento, um desempenho modesto (os traficantes ganhariam mais deixando o dinheiro no banco). Mas o pior é que o dinheiro ainda tem de ser repartido entre as várias “empresas” do setor (Comando Vermelho, Terceiro Comando, ADA etc.) e as 630 favelas onde atuam.

     

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    Faturamento

    Projetos especiais
    Diversificação é a aposta dos bandidos.

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    A indústria do tráfico não é só droga. Os traficantes aproveitam seu poder para controlar operações como a distribuição de gás e a instalação de pontos clandestinos de TV a cabo em favelas. Ninguém sabe ao certo o faturamento desses negócios.

    Projetos especiais
    Diversificação é a aposta dos bandidos.

    A indústria do tráfico não é só droga. Os traficantes aproveitam seu poder para controlar operações como a distribuição de gás e a instalação de pontos clandestinos de TV a cabo em favelas. Ninguém sabe ao certo o faturamento desses negócios.

    Faturamento – R$ 316,68, milhões/ano

    Custo total – R$ 290,14 milhões/ano

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    Lucro – R$ 26,54 milhões

    Lucro sobre o faturamento (em %)

    Pão de Açúcar – 4,2%

    AmBev – 14,4%

    Google – 44,6%

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    Embraer – 10,2%

    Tráfico RJ – 8,38%

    Lojas Renner – 22,3%

     

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