Qual é a diferença entre dólar comercial, turismo e paralelo?
A maioria das transações comerciais e financeiras no mundo é feita em dólar. A moeda americana se tornou uma espécie de idioma único dos negócios no exterior. Se o Brasil precisa importar qualquer coisa, deve trocar reais por dólares para fazê-lo. “É por isso que é necessário ter dólares em reserva no país”, diz o economista Manuel Enriquez Garcia, da Universidade de São Paulo. O dólar comercial é usado apenas para negócios, como referência dos preços do mercado internacional. “Não se vê nem se toca nesse dinheiro”, afirma Garcia. Se há poucas reservas, sua cotação sobe em relação ao real. Aí fica mais caro importar, porque os empresários precisam juntar mais dinheiro para comprar um mesmo produto. É por isso que o governo adota medidas para controlar a saída de dólares. Uma delas foi a instituição do câmbio turismo, em 1991. Ele é vendido em bancos e casas de câmbio mediante identificação do comprador e é mais caro que o comercial – para conter os gastos dos brasileiros em viagens ao exterior. É a cotação que você usa para comprar passagens ou pacotes turísticos em dólar. O terceiro tipo de câmbio, como o nome indica, não é oficial: o dólar paralelo, ou black, é o mais caro de todos e é vendido sem controle, pelos chamados doleiros. Serve a quem quer guardar dólar com medo da inflação. Já foi moda no país nos tempos da hiperinflação, mas hoje tem um mercado restrito.