(Elton Martins, São Luís, MA)
O termo surgiu no século XVIII, ainda no Brasil Colônia, quando as árvores que produziam madeira nobre, de boa qualidade, só podiam ser derrubadas pelo governo. A primeira a ser considerada monopólio da Coroa foi o pau-brasil, que, naquela época, já escasseava por excessiva exploração. De uma maneira geral, a chamada madeira de lei tem coloração escura e forte resistência a oscilações de temperatura e ataques de insetos. “Atualmente, essa classificação está mais relacionada ao valor comercial do que às propriedades fisiológicas. O ipê, comercializado como madeira de lei desde o século XIX, não era visto como material nobre”, afirma a bióloga Vera Coradin, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Hoje o Código Florestal tem até leis específicas para cada espécie. O mogno, por exemplo, é protegido pela Lei do Contingenciamento, que determina um número limite para a exploração. Mas seu alto valor de mercado tem provocado a derrubada indiscriminada e até ameaça de extinção. “A lei existe, o difícil é conseguirmos fazer com que ela seja cumprida”, diz Vera.
Pau para toda obra
Estas são as mais famosas madeiras de lei e suas principais utilizações
Cabreúva – Na construção civil: assoalhos, esquadrias, vigas e caibros
Cedro – Móveis finos, esculturas, molduras e instrumentos musicais
Jatobá – Mobília, peças torneadas, engenhos, tonéis, carrocerias e vagões
Mogno – Móveis de luxo, instrumentos musicais e artigos de decoração
Jacarandá – Móveis de luxo, peças decorativas torneadas e instrumentos musicais