Eles eram considerados lenda até 1993, quando a Marinha colombiana capturou uma exótica embarcação artesanal, misto de lancha e submarino, com toneladas de cocaína, Desde então; os narcosubs evoluíram e se multiplicaram, e hoje levam um terço do pó que chega aos EUA.
Pelo pacífico
1. Perdidos na selva
Os narcosubs são montados em fábricas improvisadas nas selvas do litoral sul da Colômbia, e saem de lá carregados de cocaína.
2. Drible e apoio
Os traficantes vão até alto-mar e lá tomam rumo norte. Próximo ao México, são reabastecidos por lancha.
3. De repente, Califórnia
Após 10 dias a 18 km/h, sem escalas, chega-se ao destino, praias remotas do litoral sul-californiano.
ARTESANATO NAVAL
Os submarinos do tráfico são construídos com peças e equipamentos contrabandeados da Rússia, levadas de canoa. Os modelos atuais são de madeira revestida de fibra de vidro. Têm GPS, formato anti-radar e pintura azul-cobalto, pra dar aquela camuflada oceânica.
SEMISUB
Que os cartéis não nos ouçam, mas, tecnicamente, este não é um submarino. Ele não submerge. Nem tem como: é só uma lancha com tampa, que afunda com a sobrecarga, deixando sobre a superfície a janela e as entradas de ar.
PROFISSÕES: PERIGO
Apertados em 6 m2, viajam um capitão, um maquinista, um navegador e um responsável pela carga. Se alimentam de pão, carne enlatada, água e energético. Como não há banheiro, o jeito é subir ao convés e se aliviar direto no Pacífico.
TRAFICANTES…
Se chegar ao destino, o narcosub é esvaziado e afundado. É um custo insignificante: o barco custa US$ 1 milhão, mas sua carga rende 250 vezes mais.
…OU NÁUFRAGOS
Se pintar polícia, o narcosub é afundado com a carga. Sem drogas, os traficantes viram náufragos. Só em 2008, 21 escaparam por falta de provas.