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Passar 15 minutos offline transforma as suas emoções; veja como

Ficar um tempinho sozinho com os próprios pensamentos todos os dias promove uma espécie de autoregulação emocional.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
10 nov 2017, 18h42

Muitos estudos falam sobre os prejuízos da solidão – e, se durar tempo demais, ela faz mal mesmo. Mas passar intervalos curtos desligado do celular e de outras pessoas pode ter benefícios emocionais importantes, como mostra um novo estudo da Universidade de Rochester.

A primeira coisa que os autores da pesquisa fizeram foi questionar a metodologia dos estudos sobre emoções. Um trabalho de 2014, por exemplo, mostrou que as pessoas preferem dar pequenos choque elétricos em si mesmas (!) do que ter que passar um tempo em silêncio com os próprios pensamentos. 

Mas a nova pesquisa defende que eles estavam avaliando as pessoas da forma errada. Em primeiro lugar, eles entendem que os nossos sentimentos não são um gradiente que começa do “triste” e vai até o “feliz”. É mais um gráfico de dois eixos: você pode estar se sentindo de mal a bem, com diferentes intensidades. E é a intensidade do sentimento que a solidão costuma alterar.

Neste experimento, eles pediram que universitários se sentassem em uma cadeira confortável, sem nenhum dispositivo eletrônico por perto e passassem 15 minutos sem fazer nada. Ao fim do experimento, todos eles sentiram uma redução na intensidade dos seus sentimentos – quem estava feliz, mas agitado, terminou o experimento calmo. Quem estava irritado viu a raiva perder o “combustível”.

Com esses resultados em mãos, os pesquisadores fizeram um segundo teste. Pediram que novos voluntários mantivessem um diário de suas emoções. Metade deles deveria passar, diaramente, por 15 minutos de “desligamento”, sem companhia (de gente ou da tecnologia). O outro grupo seguia a vida normalmente. O teste durava 1 semana.

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Ao fim desse período, os pesquisadores notaram que a intensidade das emoções das pessoas que se desligavam todos os dias era menor – e permaneceu assim na segunda semana, mesmo que os 15 minutos de solidão tivessem sido suspensos.

Os autores do estudo acreditam que isso ajuda a explicar tanto os benefícios da solidão quanto as desvantagens: ficar sozinho por um tempo prolongado pode reduzir a capacidade de sentir emoções intensamente – mesmo as positivas, como a alegria ou a paixão.

Por outro lado, eles acreditam que a disciplina do efeito de desligamento a curto prazo pode servir como um mecanismo simples de autorregulação: quando você está feliz, mas agitado, e precisa de calma e concentração, 15 minutos desligado do mundo pode ser o truque ideal. E o mesmo vale para se recuperar depois de um episódio particularmente intenso de raiva.

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