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Pessoas com “síndrome do impostor” são mais empáticas no trabalho, diz estudo

Estudo mostra que, para compensar o sentimento de fraude, estes funcionários acabam sendo mais simpáticos e colaborativos no ambiente profissional.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 16 nov 2021, 16h44 - Publicado em 16 nov 2021, 16h44

O termo “síndrome do impostor” foi utilizado pela primeira vez em 1978 pelas psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes. As pesquisadoras da Universidade do Estado da Geórgia, nos EUA, estavam investigando mulheres com carreiras ilustres que não se sentiam tão notáveis assim. Na verdade, elas achavam que haviam conquistado suas posições por sorte, e não mérito.

Mulheres e outros grupos minoritários são os mais afetados pela chamada síndrome do impostor, nome dado àquele sentimento de que você não merece estar no cargo que ocupa, ou não merece o reconhecimento recebido. Apesar de ser mais predominante em alguns grupos específicos, o problema afeta todos os tipos de pessoas e pode estar associado a ansiedade e baixa autoestima.

Porém, uma psicóloga do MIT Sloan School of Management, nos EUA, encontrou um lado bom por trás desse sentimento tão negativo. 

De acordo com o estudo da pesquisadora Basima Tewfik, publicado no Academy of Management Journal, pessoas com síndrome do impostor desenvolvem melhores relacionamentos interpessoais no ambiente de trabalho, já que tendem a ser mais empáticas e colaborativas para compensar o sentimento de fraude. Para chegar a essa conclusão, a cientista fez duas diferentes avaliações: a primeira com 155 funcionários de uma empresa americana de consultoria de investimentos; e a segunda envolvendo 70 médicos residentes. 

Os participantes que trabalhavam no escritório foram apresentados a uma série de afirmações, e precisavam classificar o quanto se identificavam com elas. Uma delas dizia, por exemplo, “No trabalho, os outros pensam que eu tenho mais conhecimento ou capacidade do que eu penso que tenho” – um pensamento comum entre quem tem síndrome do impostor. Depois, os supervisores da empresa eram convidados a avaliar o desempenho e habilidades interpessoais de seus funcionários, dizendo o quanto concordavam com frases do tipo “Este funcionário desenvolve bons relacionamentos de trabalho com seus colegas”.

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Os resultados mostraram que os funcionários com síndrome do impostor tendem a ter melhores habilidades interpessoais do que seus colegas mais confiantes. Além disso, os dois grupos foram considerados igualmente competentes. 

O mesmo pôde ser visto dentro das clínicas. Sem saber, os residentes avaliaram pacientes falsos, em que o diagnóstico final deveria ser enxaqueca ou infecção sexualmente transmissível. Tanto os confiantes quanto os mais inseguros acertaram os diagnósticos na mesma proporção, mas aqueles que sofriam com a síndrome do impostor eram mais propensos a fazer contato visual, acenar com a cabeça, falar com a pessoa de forma receptiva e fazer perguntas de acompanhamento.

Apesar dessa pequena vantagem, a síndrome do impostor não deve ser visto com bons olhos, já que afeta o bem-estar da pessoa que sofre com ela. Em entrevista à New Scientist, Tewfik explicou: “Acho que o trabalho agora é tentar descobrir como podemos reduzir a ansiedade que vem disso, para que então possamos começar a abraçar totalmente o lado positivo interpessoal.”

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