De onde vieram os nomes dos planetas do Sistema Solar?
Há cinco milênios, quando os sumérios que habitavam a Mesopotâmia (o Iraque de hoje) olhavam o céu, notavam que cinco estrelas se moviam, enquanto todas as outras pareciam paradas. “Eram os planetas visíveis. Mas foram tomados por deuses”, conta Walmir Cardoso, presidente da Sociedade Brasileira para o Ensino da Astronomia, em São Paulo. Ganharam, assim, nomes de divindades, que mais tarde foram adaptados para as mitologias grega e romana.
Mercúrio
Apressadinho
Com a menor órbita entre todos os planetas do Sistema Solar, este é o que corre mais rápido no céu. Por isso, recebeu o nome do mensageiro dos deuses – Hermes, para os gregos, e Mercúrio, para os romanos.
Miss Universo
Nenhuma estrela ou planeta brilha tanto no firmamento. Nada mais justo que recebesse o nome da deusa romana da beleza, Vênus, a Afrodite dos gregos.
Terra
Aqui mesmo
Os antigos nem suspeitavam que a Terra fosse um planeta. Como supor que ela tivesse algo a ver com aquelas luzes se mexendo no céu? Para eles, era o centro fixo do Universo: o chão, a terra.
Marte
Militar
Esta luz vermelha, cor-de-sangue, mereceu o nome da divindade grega da guerra, Ares – Marte para os romanos. O mesmo deus regia o mês de março, em Roma, quando eram realizadas cerimônias para pedir sorte nas campanhas militares do império.
Altivo
Ele brilha muito e se move lentamente porque sua órbita é bem distante do Sol. Os gregos relacionaram o comportamento soberano ao maior dos deuses, Zeus, o Júpiter dos romanos.
Quase parando
Saturno, Cronos para os gregos, é o pai de Júpiter. Deus do tempo, reinou entre todas as divindades até ser destronado pelo filho. O senhor das horas e dos dias foi associado à luz que mais lentamente andava pelo firmamento. Tão devagar que só os observadores mais pacientes podiam notar seu movimento.
Urano
Maninho
Os antigos não conheciam este planeta, que só foi notado em 1781, depois que os telescópios começaram a ser usados. Se Cronos (Saturno) era o pai de Zeus (Júpiter), a lógica mandava que o próximo planeta fosse seu avô, Urano, que não tem correspondente romano. Esse deus era o céu personificado, irmão de Gaia, a Terra.
Netuno
Tudo azul
Sem querer, o astrônomo francês Urbain Jean Joseph Le Verrier, que descobriu este astro em 1846, escolheu o apropriadíssimo nome de Netuno, o deus romano das águas e dos mares, Poseidon para os gregos. Na época, ele nem imaginava que a atmosfera do planeta era azulada. Le Verrier, depois, quis chamar Netuno pelo seu próprio nome, mas a comunidade científica rejeitou o plano narcisista.
Plutão
Infernal
O nome do deus grego dos mortos e do fogo, sem similar romano, foi adotado por iniciativa da estudante inglesa Venetia Burney. Em 1930, aos 11 anos, ela enviou a sugestão aos pesquisadores – por pura intromissão infantil –, salvando o nono planeta de se chamar Percival. Isso era o que pretendia a mulher de Percival Lowell, o astrônomo que, quinze anos antes, havia previsto a existência de Plutão nos confins do Sistema Solar.