5 acertos (e 1 erro) de Capitã Marvel
História, vilões e trilha sonora dos anos 1990. Listamos os maiores destaques (com e sem spoilers) do novo filme da Marvel
Na cena pós-créditos de Homem de Ferro, Nick Fury (Samuel L. Jackson) questiona Tony Stark (Robert Downey Jr.) sobre a existência de outros super-heróis. “Você acha que é o único?”, pergunta o líder da S.H.I.E.L.D
A fala, claro, fazia referência aos Vingadores e ao universo da Marvel nos cinemas, que começava a ser montado em 2008. Mas, a partir de agora, sabemos que Fury também se referia a outra pessoa: Carol Danvers.
Capitã Marvel, que estreia no Brasil nesta quinta-feira, dia 7 de março, se passa antes de quase todos os filmes do UCM (Universo Cinematográfico da Marvel) e, portanto, já nasce como uma das histórias mais importantes dentro da cronologia dos heróis.
Veja a seguir os principais pontos positivos e negativos do longa (fique tranquilo, a gente avisa sobre possíveis spoilers).
1. Elenco principal afiado
A atriz Brie Larson foi escolhida para interpretar o papel de Danvers em 2016, mesmo ano em que ela venceu o Oscar de Melhor Atriz por O Quarto de Jack. Ela lidera com firmeza o primeiro filme da Marvel estrelado por uma personagem feminina e tem conflitos interessantes ao longo da história: seu principal problema não é aprender sobre seus poderes, mas sim sobre o seu passado.
Com uma ajudinha dos efeitos especiais e muita maquiagem, o filme traz também uma versão jovem (e divertida) de Nick Fury. A relação da dupla Fury/Danvers lembra muito a de filmes policiais, e é legal ver o então funcionário da S.H.I.E.L.D. em uma posição oposta a que estamos habituados, precisando aprender sobre alienígenas e superseres.
2. Muita, mas muita nostalgia
Capitã Marvel se passa em 1995 e, acredite, isso já faz quase 25 anos. Se você se sentiu velho com essa informação, saiba que a nostalgia rende ótimas piadas, como a da Blockbuster, que aparece no trailer, e outras sobre os (lentos) computadores da época.
Além disso, o filme se aproveita de músicas dos anos 1990 para compor sua trilha sonora. Elas não têm tanto peso nas cenas, como as de Guardiões da Galáxia, mas alguns sucessos de bandas como Nirvana e Garbage dão as caras e completam a ambientação.
3. Narrativa ousada
Cheio de flashbacks, o longa é um dos mais ousados da Marvel em relação à narrativa. O espectador levar um tempo até entender o que está acontecendo, quem são todos os personagens e quais as suas motivações. O passado de Carol é contado aos poucos, a partir de memórias fragmentadas, de modo que é preciso prestar atenção e juntar os pedaços para compreender tudo.
4. Prazer, skrulls
Os skrulls são uma raça alienígena poderosa. Além de fortes, eles têm a capacidade de assumir a forma de qualquer pessoa, incluindo adquirir suas memórias mais recentes. E não fazem isso para o bem. No universo dos quadrinhos, eles são os principais adversários dos kree, raça da qual Carol faz parte. Ela integra a equipe de elite de guerreiros.
Mas o filme não trata os skrulls apenas como vilões. Na história, eles têm profundidade e possuem motivações que acabam convencendo o público. A guerra entre krees e skrulls, amplamente explorada nas HQs e que pode servir de inspiração para futuros filmes da Marvel, não é tratada como uma simples luta do bem contra o mal.
Aviso: o restante do texto contém spoilers sobre Capitã Marvel. Leia por sua própria conta e risco.
5. Boa relação com os outros filmes
S.H.I.E.L.D., Vingadores e até uma das joias do infinito. A aventura de Carol Danvers pela Terra acaba passando por tudo isso. Capitã Marvel deixa claro que a heroína foi a verdadeira faísca que motivou Fury a criar uma iniciativa de super-heróis, o que a coloca em uma posição importante para o futuro desse universo nos cinemas. A primeira cena pós-créditos (existem duas) tem relação direta com Vingadores: Ultimato, que estreia em abril deste ano.
Mas o que mais chamou atenção durante o filme foi a presença do Tesseract, a primeira joia do infinito a aparecer nos cinemas, em 2011. No novo longa da Marvel, o objeto aparece em um laboratório kree na órbita da Terra, mas não dá para saber o que aconteceu com ele desde que foi achado por Howard Stark em Capitão América. Contudo, o fato do Tesseract ter ficado com Fury sugere que ele pode ter sido amplamente usado no desenvolvimento tecnológico da S.H.I.E.L.D. desde então.
Vilões fracos
Um dos poucos pontos fracos do longa é a ausência de um vilão à altura da Capitã Marvel. O desafio era grande: no final do filme, Carol consegue controlar toda a extensão do seu poder e se torna, com folga, a heroína mais poderosa da Marvel. Com isso, a ameaça que existia até ali é completamente dominada. Ronan (Lee Pace), o vilão de Guardões da Galáxia, poderia ser uma participação interessante, mas praticamente entra mudo e sai calado.
No fim das contas, Capitã Marvel se preocupa mais em apresentar a personagem e situá-la dentro de um universo já estabelecido do que ser mais uma aventura em que o herói precisa salvar o mundo – e faz isso muito bem. Afinal, a briga de verdade é com Thanos (Josh Brolin), em Ultimato. Mesmo fazendo sua estreia após quase 20 filmes, é como se Carol Danvers sempre estivesse ali.