5 bonecas para entender as referências em Barbie
Uma boneca com peitos que crescem, um Ken Sugar Daddy e o Allan. Entenda a história por trás de algumas bonecas que aparecem no novo filme da Barbie.
A boneca mais famosa dos corredores de brinquedos ganhou um filme em live-action. Dirigido por Greta Gerwig, a história acompanha Barbie (Margot Robbie) e Ken (Ryan Gosling) em uma jornada no mundo real. Em meio a todas as versões de Barbies e Kens, alguns personagens menos conhecidos dão as caras. Conheça algumas das bonecas menos famosas que são referenciadas no filme.
Skipper
A Skipper foi uma boneca criada para contrapor as críticas de que a Barbie era hipersexualizada. Com a popularidade do brinquedo, a Mattel foi pressionada a criar uma filha para a Barbie, o que serviria de exemplo para as meninas. Em vez disso, a empresa criou uma irmã.
Skipper foi lançada em 1964 como a irmã mais nova da Barbie. A Mattel preferiu ela do que uma filha, pois crianças envelheceriam a boneca e a tornaria um pouco “doméstica demais” – em oposto a jovialidade proposta. Mesmo assim, ela acatou às críticas de envolver crianças, e Skipper se tornou uma babá.
Ken Sugar Daddy
Sim. Você não leu errado. Em 2009, uma nova versão do Ken gerou polêmica por causa do nome sugestivo. O Sugar Daddy Ken Palm Beach era um boneco que mirava o público adulto e colecionador, não as crianças. Ele tinha aparência mais velha, usava roupas extravagantes e vinha com um cachorrinho da raça West highland white terrier.
Só que o nome não é bem o que ele parece. Segundo a Mattel, o nome do boneco vem por causa do cãozinho: Sugar. O Ken pai de pet grisalho e metido a socialite rico é, na verdade, “pai do Sugar” e não um “Sugar daddy”.
Midge
A Midge foi outra iniciativa de “dessexualizar” a marca Barbie. Ela foi apresentada como a melhor amiga da boneca e tinha feições mais modestas, sardas e cabelo ruivo – apesar de ser do mesmo tamanho e molde da Barbie.
O tiro acabou saindo pela culatra. No início dos anos 2000, a Mattel lançou uma linha de produtos chamados “Happy Family” (do inglês “Família Feliz”), que contava com Midge, seu marido Allan (mais sobre ele em seguida), e seus filhos Ryan e Nikki. Midge era vendida “grávida” de Nikki. As crianças podiam arrancar a barriga da boneca, que era presa magneticamente, e remover o bebê de lá de dentro.
A Mattel defendia que Midge era uma boa forma de educar crianças que se preparavam para receber um bebezinho na família – mas não foi isso que o público pensou. A cesárea de brinquedo não foi bem vista pelos pais da época, que criticavam a boneca dizendo que ela era imprópria para crianças e promovia a gravidez na adolescência. Foram tantas controvérsias que o Walmart retirou as bonecas das prateleiras.
Depois, a Midge voltou, mas com o pré-natal para trás. As novas versões da boneca vinham acompanhadas de um bebê já parido.
Allan
“Só existe um Allan.” É o que diz o pôster de divulgação do filme, que apresenta Michael Cera como o personagem no novo filme da Barbie. Na imagem, ele usa as mesmas roupas que acompanhavam o boneco original. De fato, só existe um Allan – ou Alan, como a Mattel o chamou por um tempo.
Michael Cera plays Ken’s best friend Allan in Greta Gerwig’s ‘BARBIE.’ pic.twitter.com/iK5wtLWEmn
— Film Updates (@FilmUpdates) April 4, 2023
Ele chegou às lojas em 1964, na época como namorado da Midge. Do mesmo jeito que a Midge cabia em todas as roupas da Barbie, Allan era do mesmo tamanho do Ken, e podia usar todos os seus modelitos sem problemas. As propagandas ainda estimulavam encontros-duplos entre os casais – uma bela amizade.
Ele durou dois anos nas prateleiras e só foi voltar às lojas no seu casamento com Midge, nos anos 1990. Depois da polêmica junto da Midge grávida, ambos saíram dos holofotes por um tempo. Midge até voltou, mas Allan permaneceu no esquecimento.
Growing Up Skipper
A velha conversa de seu corpo muda na adolescência já é um assunto batido para jovens e adultos. E até a irmã da Barbie, Skipper, passou pela puberdade – mas de um jeito meio estranho.
Lançada em 1975, a Growing Up Skipper (“Skipper em crescimento”, do inglês), tinha a proposta de ensinar as crianças sobre as mudanças da puberdade – e, novamente, não foi bem recebida. A ideia da boneca era que, ao levantar o seu braço esquerdo, ela ficava alguns centímetros mais alta e seus seios cresciam. Para adicionar à estranheza, a caixa dizia que ela se transformava de uma “garotinha bonitinha” para uma “adolescente alta e curvilínea”.