A ascensão da A24
Ela foi recordista em indicações ao Oscar 2023: nada menos do que 18 (11 delas para "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo"). Veja como o estúdio, em menos de uma década, passou de uma pequena distribuidora de filmes indie para um fenômeno de Hollywood.
Nome de estrada
A A24 nasceu em 2012. Os fundadores Daniel Katz, David Fenkel e John Hodges (foto) trabalharam por anos no circuito de filmes independentes de Nova York. Já o nome da empresa veio de uma estrada na Itália: Katz estava dirigindo nela, em direção a Roma, quando decidiu começar o novo negócio.
Mercado difícil
De início, a A24 era apenas uma distribuidora: adquiria filmes em produção ou em festivais e organizava o lançamento. Um dos primeiros foi Spring Breakers (2013), com James Franco. Mas havia o desafio de tornar a operação rentável: só 3,4% dos filmes independentes dos EUA dão lucro – a maior parte (90%) mal chega às salas de cinema.
Fábrica de memes
O trunfo foi explorar as redes sociais. Em vez de investir em caros espaços publicitários para os filmes, o estúdio foi um dos primeiros a apostar em campanhas virtuais com chances de viralizar, como um bot no Tinder da robô Ava, do sci-fi Ex Machina (2014), ou o perfil no Twitter do bode de A Bruxa (2015).
Selo de qualidade?
A produção de filmes próprios começou com Moonlight (2016). Com orçamento de US$ 1,5 milhão, foi o longa mais barato a vencer o Oscar de Melhor Filme. Conhecida por revelar novos diretores, como Ari Aster (Hereditário, Midsommar) e Robert Eggers (A Bruxa, O Farol), a A24 conquistou milhares de fãs. Os mais fiéis compram merchandising oficial e assinam um clube (o AAA24), que oferece conteúdos exclusivos.
Em expansão
Em 2021, havia gente querendo comprar a A24 por até US$ 3 bilhões – entre os interessados, estaria a Apple. A aquisição, contudo, nunca aconteceu. Recentemente, o estúdio recebeu US$ 225 milhões em investimentos, que serão usados para aumentar a produção de filmes fora dos EUA e em séries de TV – o hit Euphoria, da HBO, é da A24.