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(Michael Ochs Archives/Getty Images/Montagem sobre reprodução)
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– (Bettmann/Getty Images)
Quando os Beatles – e dúzias de outros grupos ingleses atrás deles – chegaram arrasando os corações das meninas da América, os rapazes podiam fazer duas coisas: ficar assistindo ou revidar. E é claro que eles escolheram a segunda opção.
As bandas britânicas que chegaram muitas vezes tocando canções dos negros norte-americanos, ouvidas antes apenas pelos negros, incorporaram seu próprio passado musical e foram além.
No meio da década, os EUA já produziam bandas tão boas que o movimento se inverteu, com os americanos falando com os ingleses de igual para igual e, às vezes, apontando caminhos.
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A rivalidade entre Brian Wilson, dos Beach Boys, e Paul McCartney, dos Beatles, que tentavam fazer o melhor disco de todos os tempos, deu ao mundo “Pet Sounds”, em maio de 1966 e, um ano depois, “Sgt. Pepper’s Lonely Heart Club Band”. Assim sim!
Brian Wilson, líder dos Beach Boys, sempre foi um tipo gorducho. Dos outros membros da banda, apenas Dennis Wilson (irmão de Brian) pegava onda de vez em quando. Mesmo assim, os Beach Boys definiram o que é surf music. Eles foram o contraponto mais importante aos Beatles nos Estados Unidos da década de 1960. Os rapazes da Califórnia criaram algumas das harmonias vocais do rock. No início, eram monotemáticos: só falavam de praia e surfe. Isso se refletia até nos títulos das músicas, como “Surfin’ USA”, “Surfin’ Safari” e “Surfer Girl”. A partir de 1964, Brian começou a compor sobre outros assuntos – e os Beach Boys se tornaram uma das bandas mais importantes da cena americana. O álbum Pet Sounds, de 1966, trazia composições complexas e melodias fantásticas, como “Wouldn’t It Be Nice” e “God Only Knows”. Mas aí os Beatles lançaram Sgt. Pepper’s, que eclipsou o trabalho dos Beach Boys. Brian, que já não andava muito bem da cabeça, entrou em parafuso e acabou por sair da banda, para voltar esporadicamente. Os garotos praianos continuaram tocando, mas sem o brilho do maluco beleza Brian. O último grande sucesso foi Kokomo, de 1988. (Michael Ochs Archives/Getty Images)
O Velvet era a banda que tocava nas festas do ateliê do artista pop Andy Warhol e, como todos naquele local, era repleta de esquisitices. Lou Reed, seu principal mentor, compositor, cantor e guitarrista, criou músicas sobre sadomasoquismo, sobre ser viciado em heroína e sobre paranoia. “Cuidado, o mundo está atrás de você”, cantou em “Sunday Morning”, a primeira canção do primeiro álbum. Por imposição de Warhol, a modelo Nico dividiu com Reed os vocais desse disco. Apesar do estilo cool, o que eles queriam mesmo era sucesso, algo que nunca alcançaram totalmente. O Velvet costumava ser lembrado como a banda desconhecida que mais influenciou o rock, sendo sempre citada por outros roqueiros, mas pouco ouvida pelo público. Em 1993, uma turnê de reunião, seguida por um disco ao vivo, colocou a banda de novo no mapa. De onde ela não deverá sair nunca mais. (Reprodução/Divulgação)
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Se Bob Dylan levou a música folk às massas, os Byrds fundiram o folk com o rock, criando o folk rock. Melhor: com a guitarra de 12 cordas de Roger McGuinn e harmonias vocais afinadas, descobriram na obra de Dylan uma beleza melódica até então desconhecida. Foi justamente com um cover de “Mr. Tambourine Man”, de Dylan, que os Byrds estrearam em disco, no ano de 1965. Não que a banda fosse ruim no material de composição própria. O repertório de McGuinn, David Crosby (que mais tarde formaria o Crosby, Stills and Nash) e Graham Parsons vai do folk rock à psicodelia e à música caipira. Os Byrds se separaram em 1973 e, ao contrário de muitas bandas, nunca se reuniram para excursões caça-níqueis. (Reprodução/Divulgação)
Você já deve ter ouvido Iggy Pop cantando “Candy”, sucesso mundial em 1990. Volte 21 anos. “Agora eu quero ser o seu cachorro.” Isso é Iggy Pop fazendo música punk em 1969, sete anos antes do lançamento do primeiro álbum dos Ramones. Iggy não era punk apenas nas letras. A canção “I Wanna Be Your Dog” é uma porrada de 3 minutos e 9 segundos com apenas três acordes, gritada como se o mundo fosse acabar e tem um instrumento de percussão que parece uma latinha de atum sendo tocada o tempo todo. E à frente dos Stooges (patetas), Iggy se cortava no palco, andava pelas ruas vestido de mulher e pulava no meio da multidão quando isso era uma novidade. Nos anos 1970, em uma autorreferência, lançou um disco solo chamado O Idiota. É de malucos assim que o rock se alimenta. (Reprodução/Divulgação)
Os Monkees foram uma fraude que saiu bem melhor do que a encomenda. Criado por uma emissora de TV com profissionais recrutados, tudo começou em 1965, quando o filme A Hard Day’s Night, dos Beatles, tocou um sino na cabeça de dois produtores de Los Angeles. Eles resolveram repetir as peripécias cômicas dos quatro de Liverpool em episódios semanais, sempre com musiquinhas bacanas. Quando estreou, em 1966, o seriado bombou e entrou para o mercado fonográfico. Em “Last Train to Clarksville”, primeiro compacto do grupo, nenhum dos integrantes tocava ou cantava. Mas nos álbuns seguintes, a banda assumiu os instrumentos e parte da produção. (Reprodução/Divulgação)
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Se existe um grupo que pode ser chamado de fábrica de hits, este é o CCR, apelido carinhoso dado para o nome quilométrico do Creedence Clearwater Revival. Em apenas três anos de atividade, entre 1968 e 1970, tiveram seis álbuns de sucesso, sendo que dois deles se tornaram os mais vendidos nos EUA. O maior espanto vai para o ano de 1969, quando lançaram três LPs, em janeiro, agosto e novembro. Além das citadas acima, vale ouvir “I Put a Spell on You”, “Bad Moon Rising”, “I Heard It Through the Grapevine”, “Green River”, “Fortunate Son”, “Have You Ever Seen the Rain”, “Hey Tonight”, “Born on the Bayou”, “Sweet Hitch-Hiker” e “Penthouse Pauper”. Toda essa força vinha de um homem só: o vocalista e compositor John Fogerty, cujo grito rasgado e técnica rude na guitarra solo tornam imediatamente reconhecível qualquer canção que você ouvir do CCR. A banda, que trazia seu irmão Tom na outra guitarra, era competentíssima. Mas não passava de um grupo de apoio. Ironicamente, depois que o CCR acabou, em 1972, John Fogerty nunca mais conseguiu repetir, sozinho, a qualidade nem a quantidade das músicas que lançou com a banda. O sétimo disco, inclusive, já apontava para esse esgotamento. (Michael Ochs Archives/Getty Images)
O nome The Doors foi extraído de As Portas da Percepção, título de um livro em que o inglês Aldous Huxley narra suas experiências com drogas alucinógenas. Assim, o mínimo que se poderia esperar da banda era um som viajandão. De fato, os Doors estiveram na linha de frente do chamado rock psicodélico da Califórnia, representado também pelo Jefferson Airplane e pelo Grateful Dead. Mas a banda de Jim Morrison foi um sucesso que extrapolou muito a comunidade hippie americana. A sonoridade dos Doors era bem peculiar. O grupo não tinha baixista: os graves vinham da pedaleira do órgão de Ray Manzarek, que no mais dominava a atmosfera de quase todos os sucessos da banda. Os teclados dão uma levada hipnótica a faixas como “Light My Fire”, “Break on Through” e “The End” (que integrou a trilha sonora de Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola). A voz barítono de Morrison – às vezes cantando, outras gritando ou declamando – era outra marca registrada dos Doors. Morrison, por sinal, causava em tudo o que fazia. Suas letras eram poemas sensuais ou místicos. Sua presença de palco era imensa, algo bom e ruim para a banda – o vocalista atraía a audiência com seu carisma, mas não raro se tornava uma figura inconveniente devido ao abuso de álcool. Jim, sempre bêbado nos dias finais da banda, chegou a ser preso por baixar as calças num show em Miami. Após a gravação de L.A. Woman (1970), sexto álbum dos Doors, o cantor viajou para Paris e foi encontrado morto na banheira. Os Doors ainda gravaram dois discos sem Morrison, ambos irrelevantes. (Mark and Colleen Hayward/Getty Images)