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Cadáveres e mortes lentas

Nesta edição, os leitores capricharam na curiosidade mórbida

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h02 - Publicado em 3 jun 2010, 22h00

Um cadáver poderia permanecer eternamente no espaço sem se deteriorar?
Paulo César dos Passos, Taubaté, SP

Chega um momento na vida de todo mundo em que surge esta pergunta: o que fazer com aquele cadáver no porta-malas? As condições no espaço, como a ausência de oxigênio e as temperaturas negativas, de fato, conservam melhor. Mas, mesmo assim, ele vai se deteriorar por causa das bactérias anaeróbias, que não precisam de oxigênio e estão dentro do nosso próprio corpo. O médico-legista Luiz Prestes Jr. diz que a putrefação se iniciaria logo após a morte. Por isso, recomendo técnicas mais eficientes para você conservar seu cadáver, Paulo, como a criogenia, que congela o corpo com nitrogênio líquido e custa apenas US$ 29 mil, ou a tanatopraxia, na qual se injetam substâncias conservantes que retardam a ação das bactérias.

Uso óculos e percebi que quando estou sem eles não consigo ouvir direito. Falei isso para alguns amigos e todos riram de mim. Por que isso acontece?
Fabiana Rocio de Vargas, Vila Velha, ES

Amigos da Fabiana, multitasking é para poucos. E mais: é possível que ela tenha razão. Quem nunca abaixou o som do carro para procurar um endereço no mapa? Segundo a oftalmologista do Hospital das Clínicas da Unicamp Denise Fornazari Oliveira, não há nenhuma relação científica entre não usar óculos e não escutar, mas há uma psicológica. “Nós funcionamos por completo quando todos os sentidos estão funcionando. Quando um deles nos é retirado, esse equilíbrio é afetado e podemos nos atrapalhar” , diz. Por isso, é possível ter a impressão de não escutar direito. Agora a pergunta realmente importante: você tirou o iPod do ouvido para enxergar esta resposta, Fabiana?

Os cigarros de palha feitos na roça fazem menos, igualmente ou mais mal do que os cigarros convencionais?
Felipe Martins, São Paulo, SP

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Assim como o cigarro tradicional, o cigarrinho de palha é feito com tabaco. E toda forma de tabaco vicia. Junte isso ao monóxido de carbono liberado pelo fogo e surgem riscos de infarto, acidente vascular cerebral e trombose. E assim, para horror dos orgânico-ativistas, surge também um produto 100% natural que faz mais mal do que o industrializado. “O cigarro de palha não tem o filtro dos cigarros comuns. Isso amplia a exposição aos malefícios do fumo”, diz Sérgio Ricardo Santos, médico da Sociedade Paulista de Pneumologia. Aí fica a critério do consumidor. De um lado, temos o cigarrinho de palha totalmente natural e sem filtro; do outro, o cigarro normal, com filtro e 4 mil substâncias tóxicas. É só escolher a forma de morte lenta mais adequada ao seu gosto.

Nos filmes sempre vejo que algo muito importante acontece quando os planetas se alinham na galáxia. Esse fenômeno ocorre? E algo pode acontecer conosco aqui na Terra?
Andre Luis, São Paulo, SP

Vejo pela sua mensagem, Andre, que você é uma pessoa curiosa, sensível e influenciável pelo mundo a sua volta (coisa de canceriano, não?). Pois saiba você que os planetas se alinham, sim, o tempo todo (a Lua, por exemplo, a cada 28 dias). E, para os astrólogos, esse fenômeno é o alfa e o beta, a bolacha mais recheada do pacote, o início-o-meio-e-o-fim. Em outras palavras, a matéria-prima usada para elaborar o horóscopo. Mas, felizmente, entre astrônomos, o consenso é que o alinhamento não tem nenhuma participação na nossa vida. “Do ponto de vista científico, a influência é nula”, diz Jorge Ducati, professor de física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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