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Cientistas desvendam mistério em quadro de Leonardo da Vinci

Há tempos a obra "Salvator Mundi" alimenta um debate: o objeto na mão de Jesus é oco ou maciço? Um novo estudo usou modelos e experimentos de ponta.

Por A. J. Oliveira
Atualizado em 26 abr 2023, 16h58 - Publicado em 8 jan 2020, 17h45
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  • Poucos artistas na história produziram uma obra revolucionária a ponto de levar estudiosos a debaterem seu impacto e significado por séculos a fio, sem conseguir exaurir todas as questões. Leonardo da Vinci certamente é um deles. Muito além das contribuições para a arte, vários de seus quadros contêm mistérios que custam a ser solucionados — Dan Brown que o diga. Mas um deles acaba de ser resolvido na Universidade da Califórnia em Irvine.

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    Pesquisadores de ciência da computação se uniram para analisar uma das pinturas mais controversas de Da Vinci: Salvator Mundi, feita por volta do ano 1500. A cena que retrata Jesus segurando uma bola transparente sempre foi alvo de intenso debate em torno das propriedades do orbe: afinal, o objeto é oco ou maciço? Mais que mera curiosidade, confirmar esse detalhe é importante para saber se a precisão óptica é respeitada no quadro.

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    Essa constatação, por sua vez, não serve só para atestar os profundos conhecimentos de Leonardo, dos quais ninguém duvida — ele inclusive se dedicava a estudos ópticos naquela época. Ela também é útil para sondar a autenticidade da obra, que foi vendida por US$ 450 milhões em 2017, tornando-se a pintura mais cara da história. Muitos especialistas questionam que seu autor seja Da Vinci, ou defendem que o grande pintor teria apenas colaborado na obra.

    As dobras no robe de Jesus não estão distorcidas ou ampliadas, a luz não aparece com a reflexão ou refração esperada, e há só três pontinhos brancos refletidos no vidro. Por isso, historiadores já haviam cogitado se tratar de um orbe oco. Até então, era só conjectura. Mas o novo estudo usou computação gráfica para fazer o tira-teima. 

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    quadro-de-leonardo-da-vinci
    (Arxiv.org/Reprodução)

    Para investigar a cena, os cientistas aplicaram a técnica de renderização inversa — extrapolar imagens bidimensionais de modo a obter detalhes tridimensionais. O computador deixou Jesus com uma cara meio estranha [veja na imagem acima], mas trouxe a conclusão: o orbe é oco. “Nossos experimentos mostram que uma renderização óptica precisa qualitativamente comparável à da pintura é de fato viável usando materiais, fontes de luz e o conhecimento científico disponível a Leonardo da Vinci em torno de 1500”, afirmam os pesquisadores no artigo.

    Com os cálculos foi possível até mesmo conhecer as medidas da bola de vidro: 6,8 cm de raio e 1,3 mm de espessura. Além do tamanho do orbe, a análise revelou que sua distância até Jesus é de 25 cm. Os resultados comprovam que não houve erro na representação do orbe. Ao contrário, sugerem um entendimento sólido sobre a óptica dos orbes de vidro ocos. É uma boa notícia para aqueles que defendem que Salvator Mundi é mesmo de Leonardo.

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